Os trabalhadores da Eletrobrás estão em greve por 72 horas (dias 11, 12 e 13 de junho). É importante que a sociedade saiba que este movimento não está vinculado ao Acordo Coletivo de Trabalho dos funcionários. A greve visa defender os interesses da própria sociedade, uma vez que ela será prejudicada se o Sistema Eletrobrás for privatizado, já que:
– haverá aumento da tarifa de energia em 16,9%, de acordo com a ANEEL.;
– a privatização causará a precarização do sistema elétrico, uma vez que atenderá aos interesses privados, ao invés de se preocupar com a população brasileira;
– o patrimônio do povo brasileiro será entregue ao capital internacional, o que coloca em risco a soberania nacional;
– ao privatizar a Eletrobrás, gestora dos grandes reservatórios de água do Brasil, está se liquidando não só as usinas e linhas de transmissão, mas também a água brasileira.
Tão logo a greve foi comunicada à empresa, como manda a Lei de Greve (7783/89), a empresa solicitou ao TST o Dissídio de Greve, afirmando sua ilegalidade. O ministro Maurício Godinho Delgado não considerou a greve ilegal, porém determinou que fossem mantidos 75% do quadro de funcionários em serviço.
Embora os trabalhadores estejam cumprindo a determinação, o entendimento tanto deles, quanto das entidades sindicais, é que ela prejudica bem mais a sociedade, já que:
– a greve tem sido utilizada como um meio legítimo de luta que visa evitar que os brasileiros sejam lesados com tarifas caras de energia e a precarização dos sistema elétrico brasileiro.
– A decisão do ministro enfraquece o movimento, já que muitos trabalhadores não poderão aderir à greve.
-Sendo assim, ao invés de causar um prejuízo ao povo brasileiro de 72 horas, vai causar um prejuízo por anos, já que, como visto, os brasileiros serão desfavorecidos com a privatização e a soberania brasileira estará em risco.
Histórico
A privatização da Eletrobras, maior empresa de energia da América Latina, vem sendo implementada pelo “desgoverno” Temer desde julho de 2017, quando foram publicadas as consultas públicas de números 32 e 33.
Desde então, as entidades sindicais, associações e parlamentares vêm construindo a defesa da Eletrobrás Pública. A tarefa não tem sido fácil, mas os trabalhadores da Eletrobrás têm em seu DNA a marca da persistência, da coragem e da resistência, uma vez que o líder do “desgoverno “ Temer neste projeto é o senhor Wilson Pinto e ele tem utilizado de todas as armas, inclusive as não convencionais, como:
– Participa de 6 conselhos de administração, segundo o estatuto da “holding”, ele só poderia fazer parte de 5.
– contratação de empresa de publicidade e propaganda por dispensa de licitação para denegrir a imagem da própria empresa;
– solicitação ao SEST um aumento do próprio salário de “míseros” R$ 52 mil para R$ 76.610.
Os trabalhadores têm assistido a este filme de terror e estão sofrendo as consequências deste processo, com a precarização das condições de trabalho, com o fantasma das demissões em massa, etc.
Diante disso, estabeleceram os dias 11, 12 e 13 de junho como datas de resistência e luta contra a privatização do Sistema Eletrobras e deliberaram em assembleias por todo o país está paralisação.
A greve continua!
Fonte: Caroline Diamante/Senge-MG