Aconteceu, entre os dias 23 e 26/11, o XII Congresso Nacional dos Trabalhadores da Assistência Técnica Extensão Rural e do Setor Público Agrícola do Brasil (Confaser), em Bento Gonçalves (RS). O evento ocorre de três em três anos e foi apoiado pela Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge). Com o tema central “Extensão Rural e Inclusão Social”, o congresso também debateu a realidade do meio rural, a qualidade de vida dos agricultores e dos técnicos. “Além de discutirmos como viabilizar a agricultura familiar com extensão rural associada à agroecologia, aprofundamos o debate sobre o desmonte em empresas públicas em alguns estados e também formulamos diversas propostas de inclusão social, mostrando que a extensão rural tem papel preponderante na agricultura familiar”, afirmou o presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Paraná (Senge-PR), Carlos Roberto Bittencourt.
Após 50 anos de atuação efetiva na prestação de serviços de assistência técnica, extensão rural e pesquisa agropecuária, o Governo do Estado da Bahia definiu pela extinção da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA). Ao todo, foram 1.182 pessoas demitidas. “Somente no estado da Bahia são mais de 700 mil agricultores familiares, somando a quilombolas, indígenas e ribeirinhas. Todos fomos pegos de surpresa por essa decisão do governo, que não teve qualquer diálogo com o trabalhadores”, pontuou o engenheiro agrônomo e presidente o Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Área Agrícola do estado da Bahia, Jonas Dantas, que também foi demitido após 36 anos de contribuição para a construção da empresa. No momento, os trabalhadores negociam a manutenção do plano de saúde e o pagamento do FGTS. “O governo criou uma superintendência ligada à secretaria, que prevê apenas 210 cargos. O poder público não pode, simplesmente, desmontar uma estrutura sem a devida transição e diálogo com os trabalhadores”, ressaltou Jonas.
A plenária aprovou uma moção de repúdio pela extinção da EBDA. “Temos que lutar e somar forças pela valorização dos profissionais, qualidade do trabalho, fortalecimento da extensão e assistência técnica pública e gratuita, além de debater a sucessão geracional no campo, educação para agricultura familiar, soberania e segurança alimentar e integração das políticas públicas”, disse o presidente do Sindicato dos Engenheiros Agrônomos no Estado do Rio Grande do Norte (SEA-RN), Joseraldo do Vale.
O Congresso reuniu mais de 600 participantes, entre delegados e observadores de todo o Brasil e elegeu nova diretoria, cuja presidência fora assumida por Carlos Carvalho, do Paraná.