O Coletivo de Mulheres da Fisenge (Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros) lançou, hoje (19/10), o quadrinho da Engenheira Eugenia sobre pobreza menstrual. De acordo com a engenheira e diretora da mulher da Fisenge, Eloisa Moraes, o objetivo é alertar sobre este cenário que atinge tantas jovens e mulheres. “É preciso que tenhamos uma política pública de distribuição de absorventes e que o Estado promova políticas de saneamento. Porque quando falamos em dignidade menstrual também falamos sobre a necessidade de água como bem essencial à vida”, afirmou,
A ONU estima que 1 entre 10 meninas no mundo sofrem com o impacto da pobreza menstrual na vida escolar. No Brasil, estima-se que esse número seja 1 em 4 e que há cerca de 7,5 milhões de meninas que menstruam na escola. Quase 90% delas frequentam a rede pública de ensino. Muitas vezes, a falta de absorventes provoca a evasão escolar.
Segundo dados da Pesquisa Nacional da Saúde do Escolar (PENSE) do IBGE (2015), cerca de 3% das alunas estudam em escolas que não têm banheiro em condições de uso (um universo estimado em 213 mil meninas), o que significa que essas estudantes perdem em média 45 dias de aulas por ano, com óbvias consequências para o processo educacional e de socialização dessas jovens. Dessas, 65% são negras e a quase totalidade está na rede pública de ensino, o que revela também que a pobreza menstrual é um problema que se sobrepõe às desigualdades de raça e de classe.