Nós, mulheres da CUT, vimos a público repudiar a atitude do deputado Roberto Freire (PPS-SP) pela agressão que cometeu contra a líder do PCdoB, deputada Jandira Feghali (RJ), ontem no plenário da Câmara dos deputados durante a discussão sobre a medida provisória 665. Também repudiamos a atitude do deputado Alberto Fraga (DEM-DF) – que diante da agressão sofrida disse a parlamentar que “quem bate como homem deve apanhar como homem”, defendendo a violência praticada contra as mulheres.
A atitude demonstra de forma escancarada o quanto nosso parlamento é machista e faz apologia à violência contra as mulheres. Com essa atitude, aplaudida por outros machistas de plantão, querem demonstrar que o parlamento é um espaço de homens, brancos e da classe dominante. Essa foi uma agressão explicita, mas há outras como não aprovar o direito das trabalhadoras domésticas, limitar o direito das mulheres a decidir sobre a maternidade.
Tratam as mulheres como seres inferiores, desqualificam sua capacidade, sua inteligência e continuam pensando que o lugar de mulher é no mundo privado. A bancada feminina reagiu de maneira solidária e várias deputadas gritaram: “A violência contra a mulher não é o Brasil que eu quero ver”.
Ter firmeza em suas ideias e ser contundente na defesa de suas opiniões é muito diferente de agredir, de desqualificar de fazer apologia à violência. Nós, mulheres da CUT, que temos como uma de nossas prioridades o combate a violência sexista, repudiamos o comportamento dos deputados Roberto Freire e Alberto Fraga e manifestamos nosso apoio e solidariedade à deputada Jandira Feghali.
Para nós é motivo de orgulho ter uma mulher como líder de um partido de esquerda, num espaço conservador, machista e misógino como a câmara federal.
Violência contra a mulher não é o mundo que a gente quer!
Somos todas Jandira Feghali!
Rosane Silva
Secretária Nacional da Mulher Trabalhadora da CUT
Sônia Auxiliadora Vasconcelos
Secretária Estadual da Mulher Trabalhadora da CUT SP