Sem dinheiro para fechar as contas porque não tem uma política de desenvolvimento robusta, sustentável, que aqueça a economia e gere emprego e renda, melhore o consumo e faça a economia girar, o governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) decidiu enfrentar o déficit público vendendo todo o patrimônio brasileiro.
É esta a linha da campanha da CUT “Não Deixem Vender o Brasil” cujo objetivo é conscientizar a população sobre os riscos e prejuízos que a venda dessas estatais pode ocasionar, entre eles o que todos conhecem que é a piora nos serviços prestados e o aumento das tarifas. Lançada no dia 25 de fevereiro deste ano, a campanha está sendo divulgada nas redes sociais e na mídia tradicional – em emissoras de TV e rádio como Band e Globo.
Todos podem participar da campanha contra as privatizações das empresas estatais brasileiras. Basta acessar o site Na Pressão, ferramenta que facilita cobrar os parlamentares para que defendam os interesses dos trabalhadores e das trabalhadoras, de toda a sociedade e do Brasil.
Acesse o Na Pressão e mande um recado para os parlamentares.
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É importante ressaltar que as empresas estatais geram recursos para o estado brasileiro investir em áreas como saúde, educação, moradia e saneamento básico, entre outras, o que não é o caso de empresas privadas, que só visam o lucro, explica o secretário de Comunicação da CUT, Roni Barbosa.
“Não é o Estado brasileiro que coloca recursos nas estatais, como a dupla Bolsonaro/Guedes quer fazer o povo acreditar”, afirma o dirigente, se referindo ao presidente e ao ministro da Economia, Paulo Guedes.
“O Estado não tem de colocar dinheiro nas empresas estatais. Essas empresas geram impostos e lucros para o Brasil e os recursos são investidos no país, ajudando a aquecer a economia e gerando emprego e renda”, ressalta Roni, que é petroleiro.
Empresas privatizadas, compradas por investidores estrangeiros, enviam os lucros para fora do Brasil sem pagar nem um centavo de imposto, ressalta Roni. A Vale do Rio Doce, vendida em 1997 durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, manda 70% dos lucros para fora, completa.
Privatizar não resolve a crise econômica
“Privatizar não é a saída para a crise”, concorda a técnica da subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) / subseção da CUT Nacional, Adriana Marcolino, que critica fortemente o pacote de privatizações do governo elaborado pela equipe do Ministério da Economia, liderada por Guedes.
De acordo com Adriana, depois de dois anos de recessão seguidos de três anos de baixo crescimento, o cenário de 2020 mostra que a receita neoliberal, de redução dos serviços públicos, de venda das estatais e de redução dos investimento público não fez efeito. Não gerou o crescimento necessário para inclusão de milhões de brasileiros.
“Uma economia como a brasileira, que ainda tem vários gargalos econômicos e sociais, precisa do investimento do Estado: escolas, hospitais, metrô, moradia, saneamento, obras de infraestrutura. Esses investimentos precisam do Estado como alavanca. Sem esses investimentos não haverá retomada da economia, ainda mais depois que a pandemia do coronavírus agravou a crise econômica brasileira”, explica a técnica do Dieese.
“As estatais geram riqueza para o país e para o Estado. Se vendermos para pagar dívida pública, de onde virão esses recursos?”, questiona Adriana. “O mercado financeiro, os fundos de investimentos, as empresas estrangeiras que adquirirem as estatais vão se preocupar com seus lucros e não com as necessidades dos brasileiros e das brasileiras. É só olhar para as telefônicas e para a Vale do Rio Doce”, completa.
Fonte: Marize Muniz / CUT
Imagem: material da campanha “Não Deixem Vender o Brasil”