Mulheres batem um bolão na abertura da 3ª Copa Senge-RJ de Futebol Society

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Caio Barbosa

Na manhã de sol do último sábado (15), a bola rolou pela primeira rodada da 3ª Copa Senge – RJ de Futebol Society. O tradicional torneio nesse ano conta com novidades: duas equipes femininas inscritas. Nas últimas edições da Copa somente houve adesão entre os engenheiros. Porém, as engenheiras e outras profissionais agora pedem passagem para mostrar toda habilidade com a bola. No sábado antes da primeira rodada masculina, aconteceu o jogo inaugural entre os dois times formados por mulheres, um verdadeiro show de garra e disposição. Logo em seguida ao jogo feminino, foram realizadas as quatro primeiras rodadas da competição, que é disputada no campo da Associação Atlética Light, no Grajaú.

A cada ano que é realizada a Copa Senge – RJ de Futebol Society, o evento se consolida como uma ferramenta democrática e integradora na categoria dos engenheiros e engenheiras. Nesta edição são mais de 200 profissionais que se confraternizam durante o torneio. Para além das 12 equipes masculinas, o destaque desse ano são as mais de 36 mulheres que se inscreveram para montar as duas equipes femininas.

Esse número expressivo de atletas e a mobilização das engenheiras chamam atenção da diretora do Senge-RJ, Maria Virgínia que destaca a garra das engenheiras em quebrarem os preconceitos, primeiro dentro da profissão e depois no campo, dois espaços de predominância dos homens. “As engenheiras já deram o primeiro passo na vida, ter uma profissão nitidamente masculina, são mulheres acostumadas a enfrentar esse mundo masculino”, destaca Virgínia durante o jogo inaugural da Copa.

Uma das atletas que participou do jogo, foi Gabriele Calcado, engenheira civil que demonstrou total empolgação com os jogos “É a primeira vez que participo desse tipo de evento, achei fantástico para quebrar o preconceito sobre as mulheres tanto na profissão como no futebol. Ótimo também para interagir com as colegas de profissão”, afirmou a engenheira após a partida, durante o famoso terceiro tempo.

Apoio olímpico para valorizar o futebol feminino
Além da busca por mais espaços dentro da categoria, a participação das mulheres na 3ª Copa Senge – RJ, valoriza indiretamente o futebol feminino no país. Nesta edição serão dois times, “Integradas” e “Derivadas” formados por engenheiras e outras profissionais convidadas. Uma delas é Carol, estudante de fisioterapia convidada pela sua irmã para participar. Para ela é fundamental esse tipo de evento na tentativa de acabar com o machismo e valorizar cada dia mais o futebol feminino. Nesse mesmo sentimento, o Senge – RJ convidou a ex-atleta olímpica, Mariza Pires Nogueira, para ser treinadora de um dos times do torneio “Tenho 4 cursos profissionais de técnica de futebol, e abracei o convite, por acreditar na vontade das meninas, quero com a minha experiência ajudar a organizar esse torneio”, comenta Mariza ao falar dos seus 35 anos de envolvimento com esporte e sobre alegria de ajudar as engenheiras, numa luta de valorização do futebol feminino, algo que a ex-jogadora e atualmente técnica sabe o quanto é difícil.

Os atletas do torneio masculino também se empolgaram com a participação das mulheres. Carlos Peçanha, engenheiro de petróleo participou de todas as edições da Copa Senge – RJ avaliou que “O evento vem crescendo e ganhado credibilidade, agora na terceira Copa com a inclusão das mulheres é muito importante. Para que tenhamos espaços para homens e mulheres jogarem”, ele ainda destaca “o futebol feminino no Brasil tem muito para crescer, tem muitas jogadoras com talento e já podemos ver isso aqui”.

Integração cultural e política
Jorge Antônio diretor de eventos do Senge – RJ, acredita que a Copa vem cumprindo seus objetivos que é ser uma articulação profissional, técnica, política e cultura “A ideia central é aproximar os profissionais que estavam longe do sindicato. E agora esse ano a novidade é adesão das mulheres” ele comenta que até a “grande final” haverá em todas as rodadas jogos das equipes femininas, “Serão 4 jogos das mulheres neste campeonato, e a consequência natural é que no próximo ano, tenhamos um torneio somente delas”. Essa também é a torcida de Karine Priscila, engenheira que participa do torneio “Estamos tendo encontros semanais, e vamos ter outros jogos até o encerramento do torneio. E quem sabe nas próximas Copas, não fazemos um campeonato só para as meninas”.

A integração dos atletas também atinge o torneio masculino, o exemplo é que nesse ano a equipe Time Livre, formado por profissionais do TCU participar do torneio. Leandro é jogador da equipe e destacou que o objetivo maior não é ser campeão “Todos querem ganhar o título, mas no meu modo de ver é secundário, o importante é fazer novos amigos e confraternizar”. Ele também acha importante a participação das mulheres, “É muito bom ver as meninas jogando futebol é uma interação muito boa, elas ficam mais amigas, é um espaço importante para todos”.

Nesse sábado além do jogo das mulheres, ocorreu os quatro primeiros jogos das chaves masculinas da Copa. A 3ª edição do torneio é disputada no campo da Associação Atlética Light, aos sábados pela manhã. A final do torneio será no dia 26 de novembro, com um churrasco de confraternização entre os jogadores e jogadoras.

Fonte: Senge-RJ