Diário de Pernambuco destaca cartilha do Senge-PE com soluções de mobilidade para quem não usa carro

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Calçada que dá acesso à Estação Central do Metrô Recife é tomada por ambulantes, dificultando a circulação. Foto: Brenda Alcântara/ Esp. DP/ DA Press

 

Por Afonso Bezerra, para o Diário de Pernambuco

A mobilidade vai muito além do trânsito. E, embora não pareça, o pedestre integra o sistema viário, estabelecido no próprio Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Isso significa, entre outros aspectos, o direito a um espaço seguro e confortável para andar. E não são poucos os que se deslocam a pé. Nos últimos dados presentes no Plano Diretor de Transporte Urbano (PDTU) de 2008, cerca de 1,3 milhão de pessoas têm apenas os pés para vencer as distâncias na Região Metropolitana do Recife. Não é preciso grandes fórmulas para se encontrar o caminho para melhorar as condições do caminhar seguro, mas diante da inércia dos órgãos públicos, iniciativas como a cartilha do Sindicato dos Engenheiros de Pernambuco “Por um espaço público cidadão: a mobilidade e a conquista da rua”, acaba sendo um norte a mais do que ainda precisa ser feito.

No olhar sob a cidade, o desrepeito ao pedestre pode ser visto em cada esquina. Mas em alguns locais, que em tese, deveriam servir de incentivo à prática do uso do transporte público, a exemplo dos terminais de integração, o acesso a esses locais para pedestre vem acompanhado das mais diferentes barreiras. É o caso, por exemplo, da Estação Central do Recife com as calçadas tomadas pelo comércio informal. “Nossa missão com esse documento é despertar a população para problemas que são, aparentemente, pequenos e comuns, mas que repercutem bastante no bem-estar da comunidade”, pontuou a professora de Arquitetura e uma das autoras da cartilha, Maria de Lourdes Nóbrega.

Na Estação de Afogados, mesmo com a passarela, o pedestre tem dificuldades com as vias do entorno. “Quem não for da cidade ou mora em outro bairro, tem dificuldades até de saber a localização da estação por falta de sinalização”, explicou o usuário de transporte público Maurílio Teixeira, 30. 

A falta de informação é uma das deficiências no sistema de mobilidade. Outro aspecto recorrente nas vias da capital pernambucana são as calçadas em péssimas condições, sem o mínimo de conforto para quem tem como única opção a caminhada.  A cartilha que trata do pedestre será lançada na próxima segunda-feira na Livraria Cultura, no Bairro do Recife. Essa é a segunda edição de total de três volumes. Na primeira, o grupo de estudiosos tratou do impacto dos edifícios no meio urbano.

Fonte: Diário de Pernambuco