Após audiência de conciliação no Tribunal Superior do Trabalho (TST) sobre a negociação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), os trabalhadores decidiram, em assembleia, pela aprovação da proposta. De acordo com o diretor do Sindicato dos Trabalhadores no Comercio de Minérios e Derivados de Petróleo do Estado do Rio de Janeiro (Sitramico RJ), João Leonel a proposta foi aprovada por maioria absoluta em todo o Brasil.
O ministro Ives Gandra propôs, em mediação com ambas as partes, o valor de 7,5% para reajuste, as demais cláusulas econômicas em 8,89%, 9,61% para o tíquete e concessão do 13º tíquete. A negociação se estende desde a data-base, que foi em julho. “Levando em conta a situação que o País atravessa, na qual mais uma vez a classe trabalhadora é ‘convidada’ a pagar os efeitos das crises fabricadas pelas oligarquias dominantes. Este acordo coletivo da CPRM representa com exatidão o momento histórico brasileiro, com perda de índice inflacionário nos salários, perda de direitos dos trabalhadores (plano médico – 50/50 para os novos funcionários da CPRM) para que, supostamente, seja feito o controle da inflação. Uma mentira deslavada que é repetida há mais de 40 anos, que teve uma breve interrupção no Governo Lula, mas agora é retomada sem a menor desfaçatez”, afirmou o diretor da Fisenge, Gunter Angelkorte.
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O diretor de negociação coletiva da Fisenge, Ulisses Kaniak, que acompanhou toda a negociação, avalia que a negociação desse ano com a CPRM foi um processo desgastante e decepcionante. “Na prática, foi feita com o DEST, que engessou a atuação da diretoria e dos negociadores da empresa. Os trabalhadores sabem o valor que têm e sua negativa em receber um reajuste pífio, oferecido em princípio, foi acertada. Ainda que não tenhamos chegado ao índice pleno da inflação, a solução mediada pelo TST conseguiu dar um rumo mais digno ao Acordo. Mas estamos contrariados e não deixaremos para trás a correção inflacionária. Os cerca de 1,3% que faltaram são desde já nossa primeira reivindicação para a pauta de 2016”, concluiu Ulisses.