O Coletivo de Mulheres da Fisenge (Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros) repudia o conteúdo disseminado na Caderneta da Gestante, lançada pelo Ministério da Saúde. A publicação ressalta e incentiva práticas de violência obstétrica condenadas pela Organização Mundial da Saúde e pelos movimentos de mulheres. Uma das práticas, considerada extremamente violenta, é a episiotomia, corte feito na vagina durante o parto que é considerado uma mutilação genital.
Além disso, o documento incentiva a amamentação exclusiva como método para prevenir uma nova gravidez nos primeiros seis meses após o parto, ao contrário de todas as evidências científicas sobre a necessidade do uso de contraceptivos.
A caderneta ainda incentiva a realização da manobra de Kristeller que consiste em fortes empurrões e apertos na barriga da gestante feitos com as mãos, braços ou cotovelos durante o parto – que pode causar consequências graves às mulheres e seus bebês. A violência obstétrica atinge, principalmente, uma maioria de mulheres negras e pobres, podendo levar à morte da mulher e seu filho. Este documento institucional representa décadas de retrocesso na luta pelo fim da violência obstétrica. Nós, mulheres, nos queremos vivas.