Fisenge e Seagro-SC pressionam senadores contra projeto de lei que precariza a Agronomia e Ciências Agrárias

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O Sindicato dos Engenheiros Agrônomos de Santa Catarina, mesmo que em primeira instância, comemora a retirada temporária da pauta de votação do Senado do Projeto de Lei 531/2015 que prevê a criação da profissão de Agroecólogo. A articulação foi conseguida na última semana, em ação conjunta com a federação que representa os sindicatos de engenharia no país (Fisenge). De autoria do senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), o PL propõe a profissão de Agroecólogo, um profissional de nível médio ou técnico que estuda a agricultura de forma sustentável com o objetivo de preservar os recursos naturais (Texto extraído do projeto de Lei do Senador). Como justificativa, o Senador argumenta, em seu projeto, que a “produção agroecológica requer a presença de um profissional em agroecologia, responsável pela definição, classificação e estudo dos sistemas agrícolas, pecuários e florestais de perspectiva ecológica, social e econômica, além de integração de saberes do campo com o conhecimento técnico moderno para obter métodos de produção”.

O Seagro-SC, assim como demais entidades de classe é totalmente contra a criação desta nova profissão. Segundo o diretor de comunicação do sindicato, Jorge Dotti Cesa, a posição contrária à PL que propõe a criação da profissão de Agroecólogo justifica-se uma vez que é mais um curso caça-níquel que tenta segmentar/fatiar o conhecimento da Agronomia e das Ciências Agrárias com prejuízo à agropecuária, à produção orgânica e à sociedade brasileira. “Ao fatiar dessa forma o conhecimento, os autores estarão permitindo a formação de profissionais sem condição de analisar, diagnosticar, pesquisar e prestar boa assistência ao produtor rural com conhecimentos mais multi e interdisciplinar”, destaca. E completa: “o que se pretende é criar cursos por interesse meramente comercial, com apelo pelo marketing agroecológico/orgânico. Com isso a formação profissional e o conhecimento são segmentos, com prejuízos para o produtor rural que contratar esses profissionais sem visão multidisciplinares das ciências agrárias. Logo, prejuízo pra sociedade”.

>> Leia os 5 principais motivos apontados pela Fisenge para a derrubada do PLS

O Senado abriu uma consulta para os cidadãos opinarem sobre essa iniciativa, por meio do link: http://www12.senado.gov.br/ecidadania/visualizacaotexto?id=173648. “Estamos em uma grande articulação envolvendo sindicatos e entidades do país inteiro, com foco no não sucateamento de nossa profissão, que tem impacto direto na vida da sociedade”, justifica Dotti Cesa.

Fonte: Seagro-SC