Coletivo de Mulheres do Senge-MG discute questões de gênero e empoderamento

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Por Luiza Nunes

O empoderamento das mulheres e o investimento em políticas de gênero nas instituições, empresas e no dia a dia das pessoas é fundamental para o desenvolvimento da sociedade brasileira. Esta foi uma das principais mensagens tiradas do Ciclo de Debates: As Diferenças de Gênero no Mercado de Trabalho, realizado pelo Coletivo de Mulheres do Sindicato de Engenheiros no Estado de Minas Gerais (Senge-MG), no dia 26 de junho. “A questão que deve ser trabalhada é como, dentro do Sistema Confea/Crea’s e dentro dos sindicatos, sair apenas das ações afirmativas de gênero e transformá-las em políticas de gênero para, assim, tentar garantir a igualdade”, disse Gleide Almeida Brito, coordenadora do Comitê de Gênero e Diversidade da Eletrobrás/Eletronorte, que palestrou no evento.

Incentivo por parte do Senge-MG não falta. O presidente do Sindicato, Raul Otávio da Silva Pereira, reconheceu a importância do Coletivo de Mulheres e o seu papel de canalizar as vontades e interesses das engenheiras. “Eu quero que você se mobilizem e levem a conhecimento do público, além do espaço do sindicato, as demandas e reivindicações das engenheiras e das mulheres em geral”, afirmou. “Coloquem o dedo na ferida, levantem quais são os problemas e quais são as propostas e o Senge estará à disposição para levar este debate adiante”, assegurou Raul Otávio.

Cláudia Monteiro Rocha, coordenadora da Coordenadoria Municipal dos Direitos da Mulher de Belo Horizonte e vice-presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, também participou do Ciclo de Debates. Ela concorda que é extremamente necessário trabalhar pelo empoderamento feminino. “As mulheres são subalternizadas. O seu trabalho em casa não é reconhecido e o trabalho fora é desvalorizado. Por isso é importante ter o debate sobre gênero e igualdade nas empresas para que as próprias mulheres possam ver o seu valor. Também é imprescindível que nós mulheres tenhamos maior participação na política”, afirmou.

Legislação x Realidade

Daniel Rangel, advogado do Senge-MG também palestrou no Ciclo de Debates, falando sobre os direitos das mulheres trabalhadoras. “Já é prevista em lei a proibição da diferenciação entre homens e mulheres na hora de concorrer a uma vaga no mercado de trabalho. Por lei, não pode haver discriminação”, informou. No entanto, o que se vê na prática não condiz com o que é previsto na legislação. “O Direito prevê igualdade para todos, ou seja, também não pode haver diferenciação de salários por causa de gênero entre profissionais que exerçam a mesma função. Isso, porém, acontece o tempo todo. Por isso, cabe ao Sindicato e ao Coletivo de Mulheres tomarem frente à luta pela igualdade”, disse o advogado.

Desigualdade

A desigualdade enfrentada pelas mulheres engenheiras ficou expressa nos dados da pesquisa “Perfil da Mulher Mineira” realizada pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e apresentada no evento pelo técnico do Dieese e economista, Thiago Rodarte. “As engenheiras que trabalham em Minas Gerais chegam a receber salários 30% menores do que os salários dos engenheiros em alguns setores da Engenharia”, expôs o técnico do Dieese.


Cláudia Monteiro Rocha, Gleide Almeida Brito, Thiago Rodarte e Daniel Rangel foram os palestrantes 
do Ciclo de Debates: Diferenças de Gênero no Mercado de Trabalho, realizado em 26/6/15.

 

Fonte: Senge-MG