Empoderamento e capacitação de lideranças femininas. Este é o objetivo da oficina de capacitação de lideranças femininas, realizada nos dias 29 e 30/5, em Volta Redonda. Ministrada pela socióloga Maysa Garcia, a oficina contra três módulos. “Somos conformadas, por construções sociais, ao longo da vida a dar conta de uma série de tarefas, desde trabalho, casa, família e luta política. Mas temos de achar estratégias para utilizar essa capacidade a nosso favor e disputar nosso posicionamento no mundo. O equilíbrio entre trabalho e família é a revolução”, disse Maysa. A diretora da mulher da Fisenge, Simone Baía, na abertura da oficina reforçou a importância do empoderamento feminino. “Falar sobre ampliação da participação das mulheres nos espaços significa pensar e fortalecer a democracia brasileira e a cidadania”, pontuou. O presidente da Fisenge, Clovis Nascimento saudou o Coletivo de Mulheres e enfatizou a importância da organização das engenheiras. “Lutamos pelas questões corporativas e pela construção de um Brasil justo, inclusivo, democrático e com cidadania plena”, afirmou Clovis. Também participaram da abertura o diretor financeiro da Fisenge, Eduardo Piazera; o secretário-geral, Fernando Jogaib; o presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ), Olímpio Alves dos Santos; o presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Paraná (Senge-PR), Carlos Roberto Bittencourt e o presidente do Sindicato dos Técnicos Industriais do Rio de Janeiro (Sintec-RJ), Osíris Barbosa.
O primeiro dia da oficina tratou sobre o equilíbrio entre trabalho e família, a divisão das responsabilidades familiares e domésticas e sobre a importância de definição de estratégia na organização. Já o segundo dia foi dedicado às formas e aos métodos de organização, como linguagem, síntese, termos e regras, democracia interna e direção e divisão de tarefas. Um tema levantando foi a questão da paridade, já em debate na Central Única dos Trabalhadores (CUT). Maysa atentou para a diferença entre paridade, cota e equidade e, após discussão, foram levantados alguns pontos a serem encaminhados como levantamento de políticas de paridade e equidade de gênero na América Latina e no mundo; diagnóstico da participação de mulheres em outras categorias; cursos de formação e a definição de metas para a ampliação das mulheres nos quadros dos sindicatos.
De acordo com texto indicado por Maysa, “Diferença entre paridade, igualdade e equidade”, de Alda Facio e Alicia Miyares, a paridade é o conceito relacionado com corrigir a falta de representatividade das mulheres na esfera pública, sobretudo na política. Na Espanha, por exemplo, uma lei estabelece uma faixa de 40 a 60%, ou seja, nenhum gênero pode estar representado em uma proporção menor que 40% e nem maior que 60%. Já o governo alemão aprovou uma lei para que haja, no mínimo, 30% de mulheres nos conselhos de administração das grandes empresas, para superar a desigualdade na ocupação de cargos de poder e direção. A equidade, segundo a tese, é um termo mais utilizado na América Latina, que articula tanto os direitos individuais como a justiça social. O movimento feminista latino-americano, durante a Conferência de Pequim em 1995, definiu o termo equidade, em vez de igualdade. Ao todo, são três módulos. O próximo módulo acontecerá em agosto.