Unidade em defesa da engenharia e da indústria nacional

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Aconteceu, no dia 23/1, uma reunião entre empresários, sindicalistas e representantes de entidades de classe, em São Paulo, sobre o desmonte da indústria nacional. Isso porque, desde que assumiu, o governo interino de Michel Temer tem implantado políticas contra os interesses nacionais. O último anúncio foi o favorecimento de empresas estrangeiras na licitação das obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Além disso, o governo Temer tem dado demonstrações de que irá desmontar a política de conteúdo local, que garante a participação de empresas nacionais e fortalece a soberania do país.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ), Olímpio Alves, o momento exige a construção de uma aliança entre amplos setores da sociedade. “Como trabalhador, engenheiro e sindicalista, acredito que a unidade é estratégica para a defesa da indústria brasileira e da engenharia nacional. Sem empresas brasileiras não há empregos e nem produção de ciência e tecnologia. A engenharia é o motor do desenvolvimento econômico e social”, afirmou Olímpio, que representou o Senge-RJ e a Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge).

A abertura da reunião contou com uma apresentação do presidente do Conselho de Óleo e Gás da Abimaq, César Prata, que alertou sobre a ausência de conteúdo local em investimentos futuros e sobre possíveis “waivers” e a renovação do Repetro. Segundo ele, a lógica é de favorecimento das empresas estrangeiras, que vêm ao Brasil, exploram e processam óleo com isenção de tributos. E o retorno é praticamente nulo para a sociedade brasileira. Este cenário é chamado de Zona de Processamento de Exportação (ZPE), que já acontece no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), no Ceará, com a instalação de uma usina siderúrgica coreana.

“Waiver” significa a liberação de utilização de conteúdo local. Para combater a utilização desse instrumento pela Petrobras no Campo de Libra, o Sindicato Nacional da Indústria de Construção Naval (Sinaval) entrou com uma ação judicial. Nesse caso, o juiz concedeu liminar para a suspensão da licitação até que a Agência Nacional de Petróleo (ANP) emita decisão sobre o “waiver” pedido pela Petrobras.

Na prática, essas medidas sinalizadas pelo atual governo pretendem desnacionalizar e enfraquecer ainda mais a economia brasileira e favorece as multinacionais. “A política de conteúdo local precisa ser encarada como política de Estado, e não de governo. Perderemos anos de valorização da política industrial e da nossa engenharia. Nosso parque naval e petrolífero será desmontado e comandado de acordo com interesses de outros países. Não existe país soberano sem engenharia e é nossa tarefa resgatar o desenvolvimento social e apontar caminhos para a defesa dos empregos”, disse Olímpio.