Mesmo após a direção da Eletrobras ignorar o campo da negociação e acionar o Tribunal Superior do Trabalho (TST) já na terceira rodada, a mobilização dos trabalhadores garantiu uma proposta de conciliação favorável. O ministro do TST, Ives Gandra construiu com as entidades sindicais e representantes da empresa uma proposta que prevê o índice de 8,17% a partir de maio de 2015, incluindo o retroativo, um reajuste de 25% no vale-alimentação, mais dois talões para os meses de outubro e novembro e validade do acordo por um ano. “Pela primeira vez, a Eletrobras aciona a justiça tão rapidamente, demonstrando intransigência e completa falta de diálogo com os trabalhadores”, disse o diretor da Fisenge, Gunter Angelkorte. A direção da Eletrobras anunciou a conciliação no TST durante a terceira rodada, no dia 26/8, num claro desrespeito à organização dos trabalhadores e seus representantes. As duas primeiras rodadas foram dedicadas à leitura do acordo e da pauta. Ainda de acordo com Gunter, a Eletrobras se comprometeu a levar a proposta ao Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (DEST). Ainda em sua decisão, o ministro Ives Gandra determinou que a empresa apresente um retorno até o dia 3/9 e determinou o não desconto dos dias parados. A paralisação teve início no dia 31/8, em função do anúncio de privatização da Companhia Energética de Goiás (CELG), prevista para ser leiloada em novembro de 2015. Os trabalhadores seguem mobilizados até dia 4/9, à espera de uma proposta da empresa, que contemple os termos da conciliação realizada “Precisamos manter firme a nossa mobilização em defesa do setor elétrico e de uma empresa verdadeiramente pública que valorize seus trabalhadores”, afirmou Gunter, que representou a Fisenge nas mesas de negociação.