A greve quer evitar que a MP 1031, que autoriza a privatização da holding, seja pautada no Senado, e também protesta contra o descumprimento do ACT Nacional, a não renovação de ACTs Específicos e as demissões de sindicalistas
Os trabalhadores do Sistema Eletrobras de todo o Brasil entrarão em greve a partir de zero hora desta dia 15 de junho, terça-feira. A paralisação quer chamar a atenção da sociedade pressionar contra o agendamento da MP 1031, que prevê a privatização da holding, na pauta de votação no Senado. Também é um protesto contra o descumprimento do ACT Nacional, à não renovação de ACT’s Específicos e às demissões de dirigentes sindicais.
O boletim de 14 de junho do Coletivo Nacional dos Eletricitários (clique para baixar) critica a tramitação da MP 1031 no Congresso Nacional por rito sumário, ou seja, sem nenhuma audiência pública e sem a criação de uma Comissão Mista de senadores e deputados para debater sobre as perdas que o desmonte da estrutura pública de coordenação do sistema elétrico e de seus imensos recursos hídricos traria a brasileiros e brasileiras. “É um claro desvio de finalidade do instrumento Medida Provisória”, afirma o boletim.
“O texto votado na Câmara foi denunciado por parlamentares de diferentes orientações ideológicas – PT, PSOL, NOVO, MDB, PCdoB, DEM, PDT, PSB, como um ‘relatório cheio de jabutis’, que seriam assuntos fora do objeto da Medida Provisória”, continua. “Além disso, foram feitas graves denúncias de que a modelagem da privatização da Eletrobras foi negociada para favorecer acionistas minoritários e que o lobby da indústria das térmicas a gás foi incluído no texto como contrapartida à privatização. Dezenas de especialistas de diferentes segmentos da sociedade, setores da economia, regiões do Brasil e convicções políticas foram taxativos em afirmar que tanto o texto original da MP1031, quanto o PLV substitutivo, aprovado na Câmara, vão trazer um aumento extraordinário na tarifa de energia, um tarifaço na conta de luz. O que seria um absurdo em qualquer tempo, é mais grave no Brasil de hoje, que atravessa a maior crise sanitária, social e econômica de sua história por conta da Covid19 e outras mazelas.”
A Federação Interestadual dos Sindicatos de Engenheiros (Fisenge) assinam o boletim, ao lado da FNU – Federação Nacional dos Urbanitarios e outras 14 entidades.
Fonte: Senge RJ
Imagem: reprodução CNE