Trabalhadores do saneamento pressionam e impedem eleição de presidente da Comissão Mista da MP 844/18

Share on facebook
Share on twitter
Share on whatsapp
Share on email

A Fisenge, representada pela engenheira Maria José Salles, os urbanitários, representantes de diversas outras entidades e integrantes da Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental (FNSA) fizeram um ‘esforço concentrado’ esta semana no Congresso Nacional e conseguiram mais uma vitória, nesta terça-feira (4/9), junto aos parlamentares. Isto porque, a reunião da Comissão Mista que analisa a MP 844/18 (a MP da Sede e da Conta Alta) reunida para eleger presidente e vice-presidente acabou sendo encerrada por falta de quórum, sem a escolha dos seus dirigentes.

Coletivo Nacional do Saneamento  em articulação no Senado, contra a MP 844 com participação da engenheira Maria José Salles, que representa a Fisenge

Deputados da oposição, contrários à MP que propõe a privatização do saneamento, fizeram obstrução à reunião, anunciando que não havia acordo para escolher o presidente da Comissão Mista e passaram a exigir verificação de quórum.

Para o presidente da Federação Nacional dos Urbanitários, Pedro Blois, essa derrota da base de sustentação do governo, se deu graças a pressão dos trabalhadores que lotaram o auditório, denunciando as manobras da mesa que tentava a todo custo eleger o presidente da Comissão Mista.

Violência contra os trabalhadores 
Durante a reunião da Comissão Mista, os trabalhadores presentes estavam pacificamente se manifestando, mesmo assim a Polícia do Senado tentou retirar as lideranças da dentro sala, utilizando, inclusive, de força física. Houve a necessidade da intervenção dos parlamentares da oposição para não tivesse mais violência.

Agora, observando a agenda do Congresso e os acordados, não deve haver nenhuma sessão do Congresso, antes da eleição, que coloque em votação a MP 844/18.

Luta não tem trégua
O coordenador da Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental, Arilson Wunsch, explica a necessidade dos trabalhadores e dirigentes sindicais continuarem o trabalho em seus municípios, pressionando seus deputados pelas bases, inclusive por meio das Câmaras dos Vereadores.

Arilson citou como exemplo o trabalho que está sendo feito pelo Sindiágua-RS, onde os dirigentes sindicais e trabalhadores discutem e informam os vereadores sobre a MP 844 e, a partir daí, são emitidas pelas Câmaras Municipais Moções de Repúdio à MP. Essas moções são enviadas ao presidente do Congresso, Eunício de Oliveira, e aos deputados. “É uma importante forma de pressão e de mobilização social e sem mobilização nada vai acontecer”, ressaltou.

O coordenador da FNSA reforçou, ainda, a necessidade de se continuar pressionando os parlamentares, porque o governo Temer quer aprovar essa medida de qualquer forma e “temos que garantir que a MP não seja aprovada após a eleição, uma vez que ela tem validade até 6 de novembro e o governo não medirá esforços para tentar aprová-la antes dessa data”.

‘Esforço concentrado’
Durante todo o dia desta terça-feira, os representantes dos urbanitários visitaram vários gabinetes e estiveram reunidos com deputados e senadores expondo os motivos pelos quais a categoria é contrária a MP 844, que irá penalizar a população com a exclusão de serviços aos municípios mais pobres do país e com o aumento das contas de água.

Nesta quarta-feira (5/9) o ‘esforço concentrado’ continua com mais visitas a parlamentares e às 14 horas haverá audiência pública no Senado para debater a propositura.

 

Fonte: FNU