Desde o início da manhã desta segunda, dia 22, os trabalhadores de Furnas participaram de assembleias para discutir e deliberar sobre dois pontos fundamentais nesta Campanha Salarial: o primeiro é sobre a aprovação da proposta de Acordo negociada com os sindicatos na última sexta, dia 19, e o segundo motivo é a instauração da mobilização de 48 horas (já aprovada em assembleias anteriores) em função da luta pela indenização de interníveis.
Os dois encaminhamentos já foram aprovados por ampla maioria dos trabalhadores de Furnas na base do Sinergia CUT: Campinas, Araraquara, Itaberá e Estreito.
Vale ressaltar que essa disposição de luta dos trabalhadores durante todo o processo negocial foi fundamental e, com certeza, o principal motivo que forçou as empresas do Grupo Eletrobrás a repensarem sobre o andamanento das negociações com as entidades sindicais. Foi diante da pressão que os negociadores mudaram a decisão e garantiram, na reunião de negociação da última sexta, dia 19, a manutenção das bases econômicas no nível dos anos anteriores (confira abaixo os principais itens da proposta).
O Sinergia CUT considera a proposta apresentada uma vitória, uma vez que a holding oferecia anteriormente apenas 80% do IPCA (4,42%). A estratégia de intensificar as lutas , definidas nas assembleias realizadas durante a mobilização de 24h no último dia 8, garantiu ainda a continuidade da política de unificação de benefícios, uma reivindicação histórica dos trabalhadores. Vale lembrar que os protestos foram gerais em todo o Brasil.
Acordo único
A luta por uma mesa única de negociação resultou na proposta de acordo único de trabalho, fundamental para a nova gestão das distribuidoras. Essa conquista se refletiu também na negociação das cláusulas econômicas, que foram apresentadas de forma equitativas, ou seja: o mesmo percentual para os trabalhadores de todas as empresas.
É um avanço que coloca fim a um longo e difícil processo de luta para acabar com o histórico de discriminação em relação aos trabalhadores das distribuidoras. Como a proposta econômica está no patamar do ano anterior, assegurando a continuidade da política de unificação de benefícios e o acordo único para todos os trabalhadores do Grupo Eletrobras, o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) decidiu encaminhar a proposta para aprovação dos trabalhadores.
A mobilização continua
Apesar de aprovar a proposta de Acordo, a companheirada de Furnas acatou também o encaminhamento do CNE sobre a mobilização de 48 horas prevista no Plano de Lutas que foi anteriormente aprovado pelos trabalhadores. A paralisação deverá ser mantida até esta terça, dia 23, nas localidades de Furnas e na Eletronuclear em função do Grupo Eletrobrás não conceder uma indenização de uma remuneração em função da redução do internível, conforme ocorrido na Eletronorte.
Confira os principais pontos da proposta negociada com o Grupo Eletrobrás:
* Reajuste salarial de 5,53% (IPCA)+0,7% em julho + 1% em setembro =7,23%
* Benefícios: 5,53%
* Abono de R$ 2.000 fixo + 7,5% da remuneração
* Proteção à maternidade de 180 dias será cencedida às trabalhadoras que fizerem solicitação
* Auxílio creche passa de R$ 200 para R$ 500 (Para quem tem filhos de 6 meses a 6 anos e 11 meses)
* VA/VR: 13 talões de 25 unidades no valor de R$ 21,10
* Criação do Fórum das Fundações em 60 dias
* Insalubridade: Pagamento sobre o menor salário da tabela da Eletrobrás
* Avaliação Educacional: R$ 300 para dependentes de 7 a 14 anos e 11 meses
* Termo Aditivo de Penosidade será implementado no ACT
Fonte: CUT