Trabalhadores da Eletrobras em todo o país paralisam atividades

Share on facebook
Share on twitter
Share on whatsapp
Share on email

Trabalhadores do setor elétrico federal em todo o país paralisaram suas atividades nesta segunda-feira (23), em protesto contra o descaso da Eletrobras em negociar o acordo coletivo de trabalho 2016/2017. No dia 19, a diretoria da holding cancelou, pela terceira vez, uma reunião de negociação coletiva. Prevista para o dia 25, a rodada teria o objetivo de discutir uma possível contraproposta da empresa, que os trabalhadores esperam receber desde o dia 6 de maio, em vão. Na contramão da negociação, a Eletrobras permaneceu em silêncio e ainda informou o cancelamento da rodada, sob alegação de que o governo Temer não está autorizando negociação alguma. Diante de tal postura intransigente, o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) convocou paralisações de 24h em todas as empresas do setor.

Segundo Gunter Angelkorte, diretor da Fisenge, as paralisações em todo o país mostram que os trabalhadores exigem a negociação imediata. “As bases consideram um desrespeito que a direção da Eletrobras tenha desmarcado a reunião de negociação pela terceira vez. A empresa alega que está impedida de negociar pelo governo de Michel Temer, alegando que ainda não se sabe quem assumirá o DEST [Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais, do Ministério do Planejamento], e mesmo se uma nova diretoria assumirá a Eletrobras. Independentemente da situação política, entendemos que os trabalhadores têm uma data-base e têm o direito de assinar o acordo coletivo”, afirmou ele. A data-base dos trabalhadores o setor elétrico federal, isto é, data em que o acordo deveria ter sido assinado, é 1º de maio.

As principais reivindicações dos trabalhadores são: garantia de emprego, ganho real, pagamento da PLR e fim imediato das privatizações. No dia 11, a Fisenge lançou a campanha #NegociaEletrobras, com a divulgação de peças nas redes sociais e memes, cujo objetivo é pressionar a empresa.

Confira algumas das paralisações:

ELETRONUCLEAR E ELETROBRAS (RJ)
No Rio de Janeiro, a Eletrobras e a Eletronuclear tiveram paralisações — esta última com adesão unânime. Os trabalhadores da CEPEL e de Furnas optaram por não aderir. Ainda assim, segundo o diretor do Senge-RJ Agamenon Oliveira, a avaliação geral foi de que é preciso cobrar a empresa de forma mais contundente, e as bases devem acompanhar o resto do calendário do CNE.

CHESF (Nordeste)
O engenheiro Mailson Silva, diretor do SENGE-PE, informou que a paralisação de 24h na Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF) teve ampla adesão dos trabalhadores. “Todos estão indignados com as negativas da Eletrobras de negociar. A negociação da PLR se arrasta desde o final do último acordo coletivo, onde foi criada uma comissão paritária formada por representantes da Eletrobras e dos sindicatos com intermediação do TST para definir as premissas o seu pagamento. Esse benefício é histórico e pesa muito no orçamento familiar de cada trabalhador. Desde o início do mês os trabalhadores tentam negociar com a Eletrobras e a empresa vem se negando”, criticou ele. A CHESF está presente em todos os estados do Nordeste, com exceção do Maranhão. Foram realizadas paralisações na sede, em Recife (PE), e também nas demais regionais.

ELETROBRAS DISTRIBUIÇÃO RONDÔNIA
Em Rondônia, trabalhadores aderiram à paralisação na empresa de distribuição da Eletrobras. Para o engenheiro José Ezequiel Ramos, presidente do Senge-RO, a ampla adesão mostra que os trabalhadores estão conscientes sobre a necessidade de mobilização no momento. “A categoria entendeu que a paralisação se faz necessária porque não podemos mais esperar a boa vontade da Eletrobras para negociar. Os sindicatos têm tido papel de alertar a categoria, que se mantenha firme na luta para não perder direitos já conquistados e avançar em outros. Isso se refletiu na paralisação forte ocorrida ontem. O valor do movimento é ‘respeite os trabalhadores! Quando marcar uma data de negociação, honre!'”, afirmou ele.