A Secretaria da Mulher Trabalhadora da CUT promove na quarta (23) e quinta-feira (24), na região central de São Paulo, o seminário de planejamento para definir as estratégias de luta em 2013. O encontro que será transmitido ao vivo pelo site da Central, reunirá mais de 60 representantes de todo o país, incluindo sete das nove presidentas das estaduais. A diretora da mulher, Simone Baía, está representando a Fisenge no seminário.
As discussões terão como base quatro eixos estratégicos: democratização do Estado e das políticas públicas, desenvolvimento sustentável, liberdade e autonomia sindical e fortalecimento do sindicalismo cutista.
As trabalhadoras também apontarão os temas que irão nortear as celebrações do 8 de março, Dia Internacional da Mulher, e tratarão do Encontro Internacional da Marcha Mundial das Mulheres, que neste ano acontece no Brasil. “Em 2013, vamos retomar lutas que fazem parte da nossa história para darmos continuidade e aprofundarmos as nossas conquistas”, afirma a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, Rosane Silva.
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Democracia e liberdade
Rosane destaca a necessidade de lutar para que existam creches capazes de atender as crianças em tempo integral e que estejam próximas aos locais onde moram as mães, dando autonomia para que possam trabalhar e ocupar espaços na sociedade.
De acordo com a Síntese dos Indicadores Sociais divulgados em novembro de 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre as mulheres com filhos de até 3 anos em creches, a taxa de ocupação é de 71,7%. Já entre aquelas que não tem nenhum filho na creche, os números caem para 43,4%.
Ainda segundo o estudo, das cerca de 50 mil creches do país, quase metade, 20.048, eram privadas.
“A CUT vai cobrar a aplicação de recursos do PAC II pelos municípios e o cumprimento pelos novos prefeitos do princípio da política de creches como uma obrigação do Estado, diretriz que integra a Plataforma da Central para as eleições municipais”, explica Rosane.
Como não poderia deixar de ser, a defesa das políticas públicas de prevenção e combate à violência também farão parte da agenda 2013 da CUT.
“Retomaremos a discussão sobre a violência doméstica, principal forma de agressão à mulher e responsável por 70% dos casos de homicídio de mulheres. Mas, também física, moral e sexual no ambiente de trabalho, que têm raízes na mercantilização do corpo e da vida da mulher, na imposição de um padrão de beleza com o objetivo de servir ao outro.”
Desenvolvimento sustentável
De acordo com Rosane, neste ano a Central reforçará também que não há desenvolvimento sustentável sem trabalho decente, igualdade de oportunidades e redução da jornada para 40 horas semanais sem redução de salários. Por isso, igualar o direitos das trabalhadoras domésticas aos dos demais trabalhadores é essencial.
Em novembro do ano passado, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 66/2012, que garante o pagamento de salário mínimo, adicional noturno e férias remuneradas, entre outros pontos, foi aprovada na Câmara dos Deputados e agora aguarda votação no Senado. A seguir, dependerá de sanção da presidenta Dilma Rousseff para entrar em vigor.
“Esperamos que a proposta seja sancionada rapidamente pela presidenta Dilma para celebrarmos no Dia 8 de março uma medida que beneficia uma categoria formada, essencialmente, por mulheres e negras.Portanto, que trabalha a favor da igualdade e contra as discrepâncias ainda presentes em nosso país”, cita Rosane.
Conforme levantamento da Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgado no início deste ano, nove em cada 10 trabalhadores domésticos são mulheres e o Brasil é o país com o maior número de empregados no mundo, 7,2 milhões, sendo 6,7 milhões mulheres. Números do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) de 2009 destacam ainda que o trabalho doméstico é responsável pelo emprego de 21,8% das trabalhadoras negras, frente a 12,6% das brancas.
Formação é fundamental –O seminário também tratará de estratégias para formar e ampliar a participação das mulheres nos espaços de decisão, como campanhas de sindicalização voltadas ao gênero e estratégias de intervenção internacional da CUT.
“Vamos preparar os caminhos para que as trabalhadoras ocupem o espaço de poder e não sejam apenas figurantes perante a obrigatoriedade de paridade aprovada no 11º CONCUT. Precisamos fazer com que o movimento sindical entenda que a classe trabalhadora tem dois sexos para romper a desigualdade que ainda impera no Brasil.”
Confira abaixo programação:
Reunião do Coletivo Nacional da Secretaria de Mulheres da CUT
São Paulo, 23 e 24 de janeiro (Quarta e Quinta)
Comfort Hotel – São Paulo
Programação
Dia 23 – Quarta-feira
14h00 – Abertura e boas vindas!
Rosane Silva – Secretária Nacional da Mulher Trabalhadora da CUT
Carmen Foro- Vice- presidente da CUT
Denise Motta Dau- Secretária de Mulheres do Município de São Paulo
15h00 – Apresentação dos objetivos da reunião
15h30 – Apresentação das participantes
16h – Encontro Internacional da Marcha Mundial de Mulheres no Brasil
Mirian Nobre – Secretaria Internacional MMM
16h45 – Apresentação do Planejamento da Secretaria Nacional da Mulher Trabalhadora da CUT
Rosane Silva – Secretária Nacional da Mulher Trabalhadora da CUT
osana Souza – Diretora Executiva Nacional
17h15 – Intervalo para café
17h30 – Comentários e Debate
19h00–Encerramento
Dia 24 – Quinta-feira
9h às 9h30 – Leitura da sistematização do debate do dia anterior
Rosane Silva – Secretária Nacional da Mulher Trabalhadora da CUT
Rosana Souza – Diretora Executiva Nacional
9h30–Divisão em grupos para discutir os temas do planejamento
12h30 às 14h – Almoço
14h às 17h- Apresentação dos Grupos
17h às 18h – Calendário de Atividades
18h – Encerramento