A lógica de cortes em áreas fundamentais para o país começou em dezembro de 2016, quando o governo de Michel Temer aprovou a política do “teto dos gastos” por meio da Emenda Constitucional (EC) nº 95. A medida asfixia o orçamento de áreas da saúde, educação e assistência social por 20 anos, congelando os investimentos sociais em porcentagem per capita (por pessoa) e em relação ao PIB.
A estudante de engenharia ambiental da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e integrante do Coletivo Nacional de Estudantes da Fisenge, Marília Cavalcante, lembrou que as universidades já sofriam com o sucateamento desde o governo Temer com a EC 95. “As universidades estão se mantendo a duras penas, em um processo de resistência. Sucatear a universidade afeta não apenas quem trabalha ou frequenta, como também toda a sociedade”, justificou Marília, que ainda acrescenta: “vejo uma perseguição ideológica contra o ensino público, gratuito e de qualidade. Toda a produção científica será prejudicada. Essa medida irá dificultar ainda mais o acesso de pessoas mais pobres às universidades e condicionar nossa sociedade à completa dependência”.
O estudante de agronomia na Universidade Rural do Semi-Árido, Jonas de Sousa, acredita que os cortes na educação pública afetam diretamente jovens e adolescentes que estão nas instituições estaduais e federais e de educação básica. “O ensino, a pesquisa e a extensão são o tripé da educação, que contribuem, de forma qualitativa e quantitativamente, para o bem-estar social. O que está acontecendo é um projeto de desestruturação educacional que irá afastar o jovem do cenário acadêmico”, disse, ressaltando que “é importante defendermos nossas instituições para que as próximas gerações tenham acesso à educação pública, gratuita e de qualidade, produzindo conhecimento nas mais diversas áreas em defesa da soberania científica nacional”.
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