1º Seminário Nacional de Políticas Públicas para Jovens Mulheres reuniu, na semana passada, gestoras, gestores e lideranças de movimentos sociais, em Brasília
“Trabalhamos para que a condição de gênero não seja determinante para que as mulheres jovens sejam vítimas de violência”, disse a secretária-executiva Lourdes Bandeira, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR). A declaração ocorreu na saudação ao 1º Seminário Nacional de Políticas Públicas para Jovens Mulheres, na sexta-feira passada (11/06), em Brasília. Fez referência ao assassinato de uma jovem de 19 anos, no Distrito Federal, noticiado naquela manhã. Deixou filho pequeno, e o crime havia sido cometido, supostamente, por ex-companheiro.
Ao lado do ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, Bandeira frisou o compromisso da SPM com a questão de gênero na dimensão geracional. Está expresso no Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (PNPM) 2013-2015, por meio de políticas, metas e ações voltadas às jovens e às idosas.
A secretária-executiva da SPM mencionou que as jovens representam 29 milhões de pessoas, o que corresponde a quase um terço da população feminina. Salientou a especificidade racial como aspecto central no enfrentamento às desigualdades de gênero, as quais se acentuam em mulheres negras.
Lourdes Bandeira registrou como as discriminações de gênero operam na vida das mulheres. “Observamos que as universitárias são 62%, o que não se reverte nas mesmas oportunidades de acesso e de igualdade salarial que seus colegas homens. Ou seja, as mulheres se formam antes e se qualificam, mas são discriminadas no mercado de trabalho depois de formadas”, explicou.
Dentre as metas voltadas à juventude, a secretária-executiva revelou o empenho da SPM na prevenção de gravidez não planejada e de doenças sexualmente transmissíveis, HIV e aids. Completou a abrangência das políticas, que contemplam as áreas de cultura, lazer, saúde mental e drogadição.
Juventude Viva – Dirigindo-se ao público composto por cerca de cem mulheres jovens, o ministra Gilberto Carvalho considerou os avanços ocorridos na sociedade brasileira nos últimos anos. “Saímos da ditatura militar, marcada por repressão e morte, construímos uma sociedade livre e democrática. Sem dúvida, a concentração de riqueza fez com que tivéssemos um muro enorme de exclusão”, disse em alusão aos modelos econômicos e políticos e aos impactos sociais.
Para Carvalho, o momento atual é decorrente da mobilização e da organização da sociedade para a conquista de direitos. Alertou para a urgência de construção de valores de paz e não violência, citando o programa “Juventude Viva” como estratégia do governo federal de enfrentar agressões e assassinatos de jovens negros.
Políticas públicas focalizadas – O evento colocou em debate a relação das mulheres jovens com educação, trabalho, autonomia, saúde, cultura, comunicação, relações de poder e violência. A partir desses temas, foram discutidas estratégias para garantir o recorte geracional nas políticas para as mulheres e fortalecer a agenda política desse segmento da população. Participaram do encontro, representantes de governos estaduais e municipais, representantes de movimentos sociais e pesquisadoras de 17 estados e do Distrito Federal.
Fonte: SPM