Eduardo Sales de Lima, da Agência Brasil de Fato
Gilberto Freyre faleceu há 20 anos. Mas se tornaria imortal dentro da história intelectual brasileira desde 1933, quando publica o clássico Casa Grande e Senzala. Para uns, criava o falso estereótipo sobre uma suposta harmonia entre todas as “raças” que constituíam o Brasil ao “suavizar” o regime escravocrata. Contribuiria, assim, para o chamado mito da “democracia étnica e social” no país.
Até 4 de maio, uma exposição sobre Gilberto Freyre ocupa o espaço dedicado às exposições temporárias no primeiro andar do Museu da Língua Portuguesa, no centro na capital paulista. Com materiais para o grande público, documentos pessoais e correspondências de personalidades como Cândido Portinari, Heitor Villa-Lobos, Carlos Drummond de Andrade, Florestan Fernandes e Cícero Dias.
“Com os manuscritos, o público pode acompanhar o processo de criação de Freyre, assim como foi no caso da escritora Clarice Lispector (exposição anterior do Museu)”, afirma Júlia Peregrino, curadora de ambas as exposições. Quadros do escritor, fotos e documentos originais, além de todas as primeiras edições dos 80 livros publicados por Freyre, estarão inseridos e ambientados nos cenários do local, subdividido em espaços que remetem ao interior de uma casa, com cozinha, sala, quarto, a vista da rua, entre outros.
“A residência na exposição se inspira em Casa Grande e Senzala. O visitante vai descobrindo na casa a própria obra do autor, e pode interagir com os objetos; o forno, as cadeiras, a mesa”, explica Júlia Peregrino.
O Museu da Língua Portuguesa fica à Praça da Luz, s/nº, Centro, São Paulo (SP). Telefone: (11) 3326-0775. Bilheteria: de terça a domingo, das 10 às 17h. Museu: de terça a domingo, das 10h às 18h (aos sábados a visitação é gratuita). Ingresso: R$ 4,00. Informações adicionais em www.estacaodaluz.org.br