Sochi 2014: Detida ex-deputada transsexual italiana por “protesto gay”

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Luxuria explicou à Reuters que, no passado domingo, dois agentes à paisana a detiveram quando exibia o mencionado cartaz na zona autorizada para manifestações na cidade russa, tendo sido libertada horas depois, já na manhã de segunda-feira. A transsexual disse que se manifestava contra a lei aprovada pelo presidente do país, Vladimir Putin, em 2013 contra a “difusão de propaganda gay” entre menores de idade.

“Acho que é importante ter a oportunidade de falar a nível internacional sobre estas coisas porque, de outro modo, estas coisas sucedem-se na Rússia e ninguém o sabe e ninguém se importa”, afirmou Luxuria, depois de sair do palco de um bar gay em Sochi.

A ex-deputada assegurou que os agentes da polícia a trataram com respeito durante a sua detenção e que lhe comunicaram que não podia exibir cartazes com lemas homossexuais em público. A polícia negou-se a fazer comentários sobre o caso de Luxuria e os organizadores dos Jogos Olímpicos asseguram que a polícia não tem registos da detenção.

Um porta-voz do Comitê Olímpico Internacional, Mark Adams, tem defendido que os Jogos Olímpicos não devem ser uma plataforma para manifestações. “Confiamos que os Jogos não sejam utilizados como uma plataforma para manifestações”, afirmou.

Durante os jogos, as manifestações só são permitidas numa zona especificamente reservada para o efeito, que se situa num parque a 20 minutos de comboio das principais avenidas de Sochi.

Luxuria, de 48 anos de idade, representou durante dois anos, até abril de 2008, o Partido da Refundação Comunista no Parlamento italiano e é uma famosa ativista da defesa dos direitos LGBT. “Acho que isto é muito importante. Muito importante para mim, que durante a minha infância experimentei o que é ser golpeada e mal tratada pelo fato de ser transsexual”, explicou.

A ex-deputada tem previsto ver um dos jogos de hóquei em gelo desta segunda-feira, mesmo se não a deixarem exibir um cartaz ou uma bandeira. “Se não tiver a oportunidade de ter uma bandeira com o lema “ser gay está bem”, gritá-lo-ei, sei como o fazer”.

 

Fonte: Revista Fórum