Em ofício encaminhado ontem (12/4) à Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), os sindicatos de engenheiros de Volta Redonda e de Minas Gerais juntamente com os sindicatos dos portuários do Rio de Janeiro e dos metalúrgicos reivindicaram uma rodada de negociação unificada. Isso porque a empresa se recusa a negociar um Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) digno para os trabalhadores e as trabalhadoras. De acordo com o engenheiro, diretor de negociação coletiva da Fisenge (Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros) e presidente do Senge-VR, Fernando Jogaib, a CSN tem tido práticas antissindicais, desde intimidação até demissões. “Estamos pedindo respeito à organização legítima dos trabalhadores da empresa que se dedicam todos os dias. Seguiremos mobilizados e na luta por salários dignos e melhores condições de trabalho”, afirmou.
As paralisações simultâneas nas três cidades – Itaguaí, Volta Redonda e Congonhas – têm o objetivo de pressionar a presidência da CSN a iniciar uma negociação de reajuste de salário, o que não tem acontecido nos últimos anos. Os trabalhadores lutam para que salários e benefícios sejam reajustados, pelo menos, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, acumulado da data-base da categoria, que tem previsão de alcançar 12%. Ao ser levado em consideração os anos passados, em que a CSN não fez os reajustes adequadamente, a defasagem salarial dos trabalhadores da siderúrgica chega a 25%.
No Porto de Itaguaí, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, os trabalhadores entraram nesta segunda-feira (11/4) no sexto dia de greve por reajuste salarial com uma boa notícia. A direção da CSN recorreu à Justiça do Trabalho do município contra a greve do terminal de carvão e perdeu. Um desembargador da 2ª Vara considerou a greve legítima e garantiu aos trabalhadores o direito de paralisar as atividades para lutar por melhores condições de trabalho.
Na siderúrgica de Volta Redonda (RJ), no Sul do estado do Rio de Janeiro a estratégia foi espalhar terror. A direção da CSN, segundo uma das lideranças dos trabalhadores, demitiu cerca de 30 funcionários nos últimos dias por participar da comissão de negociação. As paralisações dos trabalhadores da CSN, que atingem também a mineração da siderúrgica em Congonhas (MG) há 11 dias paralisados, mobiliza o movimento sindical.
Por Camila Marins com informações da CUT