A abertura do XII Congresso Estadual do Sindicato dos Engenheiros do Estado de Rondônia (Consenge) teve como palestrante o secretário-geral do Fisenge Clovis Nascimento Filho, que falou sobre o tema “Um Projeto de nação para o Brasil”. Ele chamou a atenção dos jovens acadêmicos presentes ao encontro, principalmente sobre a questão política.
“Que tipo de projeto nós vamos querer para o desenvolvimento do Brasil? Temos que ter muita clareza do projeto que queremos construir, mas para isso precisamos estar atentos à questão política à nossa volta”, disse. Clovis disse que vê com certa tristeza o fato de muitos jovens hoje serem avessos à Política e fez uma rápida definição sobre os poderes constituídos e sobre a mídia.
“Hoje estamos passando por uma situação atípica e podemos interromper o processo de construção do País com a volta do neoliberalismo. Esse é um fato relevante com que todos temos que nos preocupar”, comentou o engenheiro ao destacar que nas décadas de 90, a política Neoliberal praticamente não investiu em saneamento, enquanto que nos últimos 12 anos, houve investimento maciço no setor de R$ 80 bilhões.
Na explicação dada pelo representante da Fisenge, a Política Neoliberal da década de 90 precarizou as empresas através o estrangulamento do investimento a fim justiçar a terceirização. Segundo ele, o 4º poder (a mídia) hoje esconde dados relevantes de uma política no País que deu certo, citando projetos importantes como Bolsa Família, Luz para Todos e o Minha Casa, Minha Vida.
“A mídia hoje faz campanha diária a favor do neoliberalismo. Isso representa um perigo, um retrocesso. Na década de 80 e 90 praticamente não se fez nada em saneamento no País. Hoje o País possui uma política séria de desenvolvimento que pode ir literalmente por água a baixo, com a privatização do saneamento”, destacou.
O engenheiro representante do Fisenge disse ainda que outros presidentes que muito fizeram pelo País foram vítimas de uma campanha sórdida citando exemplos como Getúlio Vargas e Juscelino Kubistschek, o mesmo acontecendo atualmente com Dilma Roussef. Ele se disse a favor da minirreforma política e vê o Judiciário Brasileiro como “pouco democrático, Hermético e pouco transparente”.
A opinião política do representante do Fisenge foi justificada na palestra como sendo um momento oportuno para discutir questões que muitas vezes não é de conhecimento do acadêmico, mais uma vez destacando a necessidade de politização do jovem.
CONVIDADOS
A mesa de abertura foi composta pele presidente do Senge-RO José Ezequiel Ramos e por convidados, entre eles o palestrante Clóvis Francisco Nascimento Filho (secretário-geral da Fisenge e palestrante), Itamar Ferreira (Presidente da Central Única dos Trabalhadores – CUT-RO), Marcos Cézar Azzi (diretor financeiro da Mutua), Cícero Evangelista (sindicalista e chefe de Gabinete representante do presidente da Assembleia Legislativa, Hermínio Coelho), Cely Araújo (representando o deputado estadual Adelino Follador), Robson Percy Holder (gerente regional da Eletrobrás/Eletronorte), Francisco Batista “Pantera” (Professor, Sindicalista e presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB).
Além de engenheiros, a abertura do XII Coesenge também contou com a participação de acadêmicos da Unir, Uniron e Ulbra, do representante regional Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), Océlio Muniz, representantes do interior do Estado que estiveram nos encontros preparatórios em Ariquemes, Ouro Preto, Ji-Paraná, Vilhena, Rolim de Moura e Cacoal.
Boa parte dos convidados da mesa é de sindicalistas levando em consideração que um dos itens do debate do Congresso será o “Papel do Movimento Sindical frente às modificações do mundo do trabalho – Política Sindical e suas interfaces”.