Senge-RJ promove seminário sobre Amazônia no FSM2009

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O Sindicato dos Engenheiros do Estado do Rio de Janeiro promoveu nesta quarta-feira, dia 28, a oficina “Atualidade Econômica, social e ambiental da Amazônia”, com os palestrantes Marcos Lemos – delegado da Divisão Especializada em Meio Ambiente do Estado do Pará, e o professor Alberto Lourenço – assessor do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República e diretor de Programas da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.

A palestra foi iniciada pelo professor, que explicou alguns dos problemas da Amazônia enfrenta como o desmatamento, por exemplo. De acordo com Alberto, existe uma vantagem na degradação de certas áreas. “A vantagem é que uma grande área desmatada está próxima às grandes cidades ou das rodovias. São, por tanto, áreas de fácil recuperação, pois nelas podemos implantar a agricultura familiar”, afirmou. De acordo com o professor, essas áreas possibilitam trabalhar de forma avançada a agricultura familiar. “A localização potencializa o trabalho dessas famílias e ajuda a recuperar de forma mais eficaz partes importantes do solo”, comentou.

O delegado Lemos apontou outros problemas da região Amazônica, especialmente do estado do Pará. “Os problemas mais graves que temos são a violência, associada em grande parte a disputas de terras, e os crimes ambientais”, informou. De acordo com o delegado, o governo do Pará tem efetuado uma série de ações coercivas para tentar impedir, ou minimizar, os danos ambientais. “Ao longo dos últimos anos os crimes ambientais de maior gravidade estiveram relacionados à mineração”, afirmou.

Os principais minérios explorados no Pará são a Bauxita, o caulim, o ferro e, mais recentemente, o cobre. “Infelizmente está associado à mineração um outro problema que o estado enfrenta: a pobreza. O Estado não tem capacidade de absorver toda a mão-de-obra que chega à região. Os mineradores chegam pobres e saem, depois de encerrado o trabalho de explloração, miseráveis, porque também são explorados°, afirmou.

Grilagem

O Pará, de acordo com o delegado, tem sido invadido pelas suas fronteiras. Principalmente por fazendeiros de outros estados que invadem a floresta para desmatar. “Estão geralmente associados a grandes grupos que trabalham com agropecuária”, afirmou Lemos. Ele explicou que isto acontece porque os grandes produtores de soja compram fazendas para aumentar sua produção, o que empurra os fazendeiros para a floresta”.

Criminalidade

A invasão de terras é uma das razões do elevado índice de crimes no campo. “A grilagem gera crimes por encomenda, aumento significativo de milícias no campo formados por fazendeiros e seus capatazes, assassinatos de trabalhadores rurais. É mais um impacto negativo que a atividade de grilagem proporciona ao estado”, disse Lemos.

Depois da exposição foi realizada uma rodada de debates entre os participantes e os palestrantes.