Consultas virtuais agilizam contato com a base
Por qual caminho uma entidade sindical deve seguir? O que pensam e o que reivindicam os engenheiros e engenheiras associados ao sindicato? Quais são as suas dúvidas e qual é o termômetro da base diante de uma negociação relativa a data-base, defesa de direitos e expectativa com relação à participação na distribuição dos resultados?
Todas essas são perguntas do cotidiano do sindicato que são respondidas em coletivos, reuniões com trabalhadores e assembleias. No entanto, em muitos casos, nem todas as pessoas podem ser ouvidas presencialmente devido a diversidade da base ou a distância em que se encontram da sede regional ou matriz. Isso não impede ninguém de opinar.
Uma dos mecanismos adotados pelo Senge-PR para dialogar com sua base é a realização de pesquisas. Essas consultas buscam dar direcionamento ao sindicato nas pautas que têm impacto em seus associados. Como é o caso da fusão de órgãos da agricultura do Governo do Paraná. O projeto de Lei 594/2019 do Executivo autoriza a incorporação da Emater, CPRA e Codapar ao Iapar. O assunto é polêmico e apresenta opiniões entre aqueles que defendem a fusão, os contrários e aqueles que querem entender melhor como será essa unificação. Diante do impasse, o Senge-PR está fazendo a consulta antes de apresentar um posicionamento em uma audiência pública que ocorre no próximo dia 9 de outubro, na Assembleia Legislativa do Paraná, às 09h00.
Essa não é a primeira vez que o sindicato utiliza a consulta virtual para se comunicar com a base. Recentemente, para construir as pautas de reivindicações dos engenheiros da Copel e da Itaipu Binacional, o Senge-PR também encaminhou consulta no e-mail de seus associados e enviou link com o questionário via aplicativos de redes sociais como WhatsApp, listas de transmissão e postagens no Facebook e Instagram.
A consulta, por outro lado, não substitui as instâncias de deliberação do sindicato, conforme previsão estatutária, como explica o vice-presidente Leandro Grassmann. “A pesquisa serve como referência para a construção da pauta. Após ela, ainda é necessário que os engenheiros aprovem a minuta em uma assembleia. Somente após isso é que o resultado pode ser apresentado em mesa de negociação”, informa Grasmann.
O sindicato tem utilizado pesquisas tanto para a formação de pauta como para compreender os motivos para a recusa de uma proposta. Foi o que aconteceu na negociação desse ano com o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (CREA-PR), resultando na reposição da inflação e na manutenção de direitos. Entre uma assembleia e uma mesa de negociação, o Senge-PR aplicou questionário virtual para saber que pontos os engenheiros consideravam positivos, quais recusavam e quais era possível lutar por melhoria da proposta.
O presidente do Senge-PR, Carlos Bittencourt, destaca o modelo e reitera a necessidade de participação dos trabalhadores em ações do sindicato. “Nós buscamos diversas formas para representar a categoria. A pesquisa é uma delas. Aliados a isso, a direção visita a base, se reúne com frequência e analisa cenários antes da tomada de decisão. A participação não pode parar apenas na pesquisa. Muitas vezes vamos precisar da pressão dos engenheiros e engenheiras para que uma pauta possa avançar da melhor forma possível”, incentiva o presidente.
Fonte: Senge-PR