Senge-PR cobra soluções para problemas enfrentados pelos trabalhadores da Cohab

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Audiência na Câmara Municipal de Curitiba debateu o Orçamento para Habitação

 

Nesta quinta-feira, 4 de novembro, a Câmara Municipal de Curitiba promoveu a Audiência Pública “Orçamento para Habitação em Curitiba”, iniciativa da Comissão de Urbanismo, Obras Públicas e TI da casa legislativa. Solicitada pelo mandato da vereadora professora Josete (PT), a audiência foi conduzida pelo vereador Mauro Bobato (Pode), que também preside a Comissão.

Com o objetivo de aprofundar o debate sobre os recursos públicos destinados à habitação no Plano Plurianual 2022-2025 e nas Leis Orçamentárias, que em breve serão votados, o evento recebeu a advogada Mariana Marques Auler, doutoranda do programa de pós-graduação em Políticas Públicas da Universidade Federal do Paraná, coordenadora do Instituto Democracia Popular e integrante da campanha É Urgente um Orçamento para Habitação em Curitiba (UOH!). Em sua exposição, Auler apresentou a crescente demanda por políticas públicas voltadas para as populações mais vulneráveis, além de criticar a falta de dados que possibilitem a construção destas políticas: “a gente tem uma tradição de concentração de investimentos em áreas já estruturadas da cidade”, observou.

O debate abordou também a atuação da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab), representada pelo Diretor Técnico Mauro Cesar Kugler, que apresentou um panorama das atividades da Companhia.

O presidente do Senge-PR, engenheiro eletricista Leandro Grassmann, também participou da audiência. Em sua fala, Grassmann cobrou atenção aos problemas enfrentados pelos trabalhadores da Cohab, que há três meses sofrem com salários atrasados e, atualmente, não têm um Acordo Coletivo de Trabalho válido devido à dificuldade de negociação com a empresa. “Há problemas estruturais graves na Companhia, que podem, a médio e longo prazo, inviabilizar o atendimento a essas demandas da população”. Para o presidente do Senge-PR, a gestão da Cohab é problemática, uma vez que o modelo atual deixa de lado a função social da empresa. Segundo Grassmann, uma política pública de habitação precisa passar pela valorização dos servidores da Cohab: “temos que entender que os funcionários da Cohab, antes de mais nada são seres humanos e merecem condições dignas de trabalho”.

Também participaram da audiência também a professora da UFPR e coordenadora do núcleo Curitiba do Observatório das Metrópoles, doutora Madianita Nunes; o coordenador-geral dos Direitos das Populações em
Situação de Risco do Governo Federal, Carlos Alberto Ricardo Junior; e o diretor de Orçamentos da Secretaria Municipal de Finanças, Carlos Kukolj.

:: Assista a Audiência Pública na íntegra:

Audiência Pública - Orçamento para Habitação em Curitiba - 04/11/2021

Leia abaixo a nota do Senge-PR sobre a situação da Cohab:

A casa da Cohab é caso de risco

A Cohab passa por dificuldades estruturais. E não é apenas na sua fachada. Os danos ocorrem da porta para dentro, principalmente com a falta de abrigo ideal para seus funcionários. A direção da Cohab tem empurrado seus problemas a longo prazo e falta crédito para honrar seus débitos, inclusive com atrasos de salários há 3 meses.

A casa está bagunçada e não é por falta de aviso. Em 2018, o Senge-PR enviou ofício a esta Câmara Municipal de Curitiba alertando sobre as dificuldades. Na ocasião, se concedia reajuste de 3,6%, mas não chegava a gratificação e complemento. É como pintar a sala, mas deixar os demais cômodos no reboco.

Passados 3 anos, aqueles que atuam na Cohab se deparam com novos atrasos salariais, resultado da falta de verba para salários ou aumentos. Para os chefes e gerentes, esse é o terceiro mês de atraso. Em setembro, foi um dia. Em outubro, 10 dias. Agora, em novembro, nada de pagamento. E os boletos chegando na casa de todos.

Reflexo de uma casa cheia de entulhos e pendências. A Cohab – pasmem – não tem sequer ACT válido. Venceu o anterior e as 3 propostas da empresa foram recusadas pelos empregados.

Este é o impasse de uma Companhia de Habitação em que não se habita a valorização de seus funcionários. A empresa alega não poder avançar, mas os empregados não querem o que foi oferecido: 3% abaixo da inflação na data-base de maio.

Por isso, essa Casa de Leis precisa ligar o sinal de alerta e intervir positivamente. É necessário embargar más condutas como o comunicado sobre a suspensão de férias, o corte nas férias e o retorno ao horário laboral.

É necessário olhar para dentro antes de se falar em orçamento para habitação em Curitiba. Do contrário, em breve, não haverá quem construa sonhos.

A Cohab não tem sido uma moradia de valores e isso precisa ser desconstruído.

Senge-PR

Leandro Grassmann, presidente

Foto: Reprodução