“Queremos mostrar para a sociedade a realidade de hoje em relação à comunicação dos edifícios com a rua, com os pedestres e como essas construções podem agregar valor em relação à segurança das cidades.” A fala de Maria de Lourdes Nóbrega, arquiteta, doutora em desenvolvimento urbano (urbanismo) e coordenadora geral da produção editorial da cartilha “Por um espaço público e cidadão: o encontro do edifício com a rua.”, lançada pelo Sindicato dos Engenheiros no Estado de Pernambuco (Senge-PE), descreve bem o objetivo das autoras com a publicação.
A questão da insegurança diante de construções que enaltecem os veículos, priorizando muros altíssimos com pavimentos térreos, exclusivos para estacionamentos, com pouca ou nenhuma comunicação com o espaço externo, criando paredões que impedem a troca de “olhares” entre os que estão no interior e exterior dos edifícios, impossibilitando, assim, a “vigilância social” é um dos pontos importantes abordados pela cartilha. “A expectativa é chamar a atenção para a importância de mudar a legislação urbanista, fazendo com que os edifícios venham a contribuir com espaço público com qualidade, sempre melhorando, já que, a cidade é para as pessoas e não para os automóveis”, afirmou a urbanista.
Além de Maria de Lourdes Nóbrega, participaram da produção textual da publicação as arquitetas e urbanistas, Clarissa Duarte Câmara, Andréa Câmara, Paula Maciel Silva e Paula Rolim, todas elas professoras, mestras e doutoras, da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), em Recife.
As professoras sugerem na publicação espaços que permitam um diálogo maior entre a sociedade, lugares que aproximem as pessoas e as convidem para a utilização do espaço público. Planejar a cidade com o favorecimento de pavimentos térreos com comércios e serviços permitindo, assim, a vigilância social. Enfim, uma cidade pensada para os que também andam a pé. Reorganizar o plano diretor (lei municipal que se torna instrumento de planejamento para o crescimento e funcionamento da cidade) com a participação da sociedade para que possa ser planejado um espaço público integrado.
Para a estudante de arquitetura e urbanismo, Stephanie Gonzaga, a iniciativa da publicação é muito boa devido ao momento de crescimento urbano em que Pernambuco está vivendo, pois, explica de forma concisa como construir uma cidade viva e com mobilidade. “A cartilha orienta uma linha de projetos que já foi adotada nos grandes centros e traz a solução para diversos problemas que a cidade apresenta. Não é importante somente para arquitetos, urbanistas e engenheiros mas, sim, para toda a sociedade.”, afirma a estudante.
A cartilha, a primeira de três que serão publicadas pelo Senge-PE, foi lançada no dia 14 de fevereiro de 2014, data da comemoração pelos 79 anos do Sindicato, marca o início da programação festiva dos 80 anos da instituição. “O lançamento desta publicação vem mostrar que o Sindicato não está preocupado, apenas, com as batalhas travadas entre patrão e empregado, mas também, com a melhoria na qualidade de vida do cidadão.”, finaliza Fernando Freitas, presidente do Senge-PE.
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