Senge-PE: Salário de engenheiros está defasado, diz Senge

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Diferença: Salários pagos pela CSN e engenheiros são menores que os de mercado, diz estudo.

O presidente do Sindicato dos Engenheiros de Volta Redonda (Senge-VR), João Thomaz, afirmou que, embora a categoria tenha optado por reivindicar 5% de aumento real à CSN, na discussão do acordo coletivo 2014/2015, os salários da categoria estão, em média, 24% abaixo do valor pago pelo mercado. A conclusão é de um levantamento que compara os salários pagos feito pela Companhia com os de mercado, pesquisados pela consultoria Robert Half.

A maior diferença percentual é encontrada entre os engenheiros plenos, que têm salário de R$ 5.580 mensais na CSN contra R$ 7.082 no mercado, com uma defasagem de 27%. Os engenheiros que têm os melhores salários na CSN, os especialistas, ganham R$ 8.870 mensais, contra R$ 11.200 do mercado, uma diferença de 26%. Os engenheiros juniores ganham R$ 5.097 na CSN e R$ 6.331 no mercado (diferença de 24%). A menor defasagem (22%) é nos salários dos engenheiros seniores, que ganham R$ 6.950 na CSN e R$ 8.500 no mercado.

João Thomaz afirmou ainda que, além da defasagem exclusiva da categoria, o peso da mão de obra no custo de produção da CSN – que já é um dos mais baixos do mundo, e serve de instrumento competitivo para a empresa – também foi reduzido em 2013.

De acordo com estudo do Senge-VR, baseado nos balanços da CSN, de 2009 a 2012 a mão de obra representava 10% do custo de produção da empresa, índice que caiu para 9% no ano passado.

— Mesmo o Senge tendo decidido por reivindicar 5% de aumento real, esse número mostra que os 10% que os metalúrgicos decidiram reivindicar apenas colocariam o custo de mão de obra nos patamares de 2012 — afirmou.

Reivindicações

O Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense entregou a representantes do setor de Recursos Humanos da CSN, no dia 7 de abril, a pauta de reinvindicações para a revisão do acordo coletivo 2014/2015. De acordo com o presidente do Sindicato, Renato Soares, todas as 51 reinvindicações foram decididas através de uma pesquisa feita com os funcionários da Companhia.

O gerente de Recursos Humanos da CSN, Anderson Castro, recebeu o documento com as pautas e destacou que irá analisar as demandas para marcar uma nova reunião com o sindicato que servirá como entendimento de pauta. Até o fechamento do acordo, pelo menos três reuniões deverão acontecer.

Entre os tópicos da pauta, o Sindicato reivindica um reajuste salarial a partir de 1° maio de 2014, com a variação do INPC no período de maio de 2013 a 30 de abril de 2014. Ainda na pauta, está um aumento real de 10% a ser aplicado sobre os salários já reajustados, e a implantação de um piso salarial de R$ 1.500, ficando vedada a contratação de qualquer empregado com salário inferior. Além de um criar um novo plano de cargos e salários, que irá abranger todos os níveis, com critérios definidos e progressão salarial dentro da função.

A jornada de trabalho também foi lembrada na pauta. O sindicato faz reinvindicações referentes à hora extra e a diminuição da jornada de trabalho que passaria a ser não superior a 40 horas semanais, para os funcionários que atuam em horários administrativos.

As bonificações de férias e os adicionais de horas noturnas, estas compreendidas entre 20h e 6h, no valor de 40% da hora normal, também entraram na pauta. Também foram pedidos pelos trabalhadores um aumento no cartão alimentação.

Um ponto destacado pelo presidente durante a entrega foi a reinvindicação do período de pré-aposentadoria. Nele, os funcionários que reincidirem seu contrato de trabalho, terá um prazo de seis meses para apresentar documentação do INSS comprovando o tempo faltando para complementar o tempo de aposentadoria. Em relação a isso, apenas terá direito ao ajustado nessa cláusula, os empregados que tenham adquirido mínimo de 50% do tempo de serviço da CSN e FEM.

A negociação da PLR também está presente na pauta, assim como a função igual salário igual, onde a empresa terá que pagar o mesmo salário aos trabalhadores que exercem funções idênticas, salvo exceções que terão que estar acopladas no plano de cargos e salários em consenso com o sindicato.

Diário do Vale