Diante da recente mudança de denominação da Eletrobras para Axia Energia, o Sindicato dos Engenheiros do Estado de Pernambuco (Senge-PE) encaminhou à Ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Enga. Luciana Santos, uma manifestação técnica solicitando medidas para a preservação do patrimônio histórico, técnico e cultural da empresa e de suas subsidiárias. Leia abaixo:
“Sindicato dos Engenheiros do Estado de Pernambuco À Sra. Enga. Luciana Santos Ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação
Manifestação Técnica – Preservação do Patrimônio da Eletrobras e Subsidiárias
Em 22 de outubro de 2025, a empresa Eletrobras comunicou ao mercado sua decisão de alterar sua
denominação para Axia Energia, desvinculando-se institucionalmente da marca e da história que a
Eletrobras representa.
Diante disso, os engenheiros da Chesf compreendem essa mudança como uma oportunidade
estratégica para que o Poder Público promova a elaboração de inventário e, posteriormente, a
adoção de medidas de preservação do patrimônio material e imaterial pertencente à Eletrobras e às
suas subsidiárias: Furnas, Chesf, Eletronorte e CGT Eletrosul.
Considerando a relevância histórica e técnica do nome “Eletrobras” e das denominações de suas
subsidiárias, entende-se que estas marcas devem ser resguardadas para uso exclusivo da União
Federal, por meio de transferência sem ônus da atual detentora (Axia Energia) à União.
Cabe destacar que ao longo das últimas décadas foram produzidos inúmeros estudos, projetos e
trabalhos técnicos – especialmente na Chesf, com mais de 80 anos de atuação – os quais se
encontram, em grande parte, armazenados sem controle de rastreabilidade, em meio a processos de
remanejamento de arquivos. Tal prática configura grave prejuízo à memória técnico-científica
nacional, sendo um risco concreto à integridade de investimentos públicos em pesquisa,
desenvolvimento e formação de especialistas.
Outrossim, é necessário registrar que diversos bens e documentos encontram-se sob gestão da Axia
Energia sem qualquer plano claro de preservação ou de destinação de interesse público, como:
Projetos executivos e arquitetônicos de usinas, edifícios e equipamentos históricos;
• Acervos de museus técnicos;
• Peças de relevância paleontológica e geológica (como fósseis e achados históricos);
• Obras de arte (quadros, vitrais, tapeçarias, esculturas, entre outros).
Adicionalmente, é necessário que se proceda ao inventário completo dos bens imóveis vinculados às
empresas anteriormente estatais, bem como da documentação referente à alienação dos ativos, à
luz das normas de segurança nacional.
Recomenda-se que as ações de preservação, inventário e eventual reavaliação da titularidade de
bens e marcas sejam atribuídas a órgãos e entidades públicas, dentre os quais destacamos:
• Ministério de Minas e Energia (MME), por meio da Eletrobras Participações S.A. (Eletropar);
• Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI);
• Ministério da Cultura, por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan);
• Ministério da Defesa.
Recife, 27 de outubro de 2025
Eloisa Moraes – Diretora Presidente do Senge-PE”.
Fonte: Senge-PE
