Senge-MG: Empresa oferece 10% no tíquete e INPC para demais cláusulas

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Em mais uma rodada de negociação, realizada na quarta-feira, 25 de junho, a Copasa apresentou nova proposta para o tíquete alimentação, oferecendo reajuste de 10%. A proposta de reajuste das demais cláusulas econômicas, como o salário, a cesta básica, o auxílio creche, a cesta de Natal, o seguro de vida em grupo e o auxílio funeral foi mantida, ou seja, continua em 5,82% (INPC-IBGE).O avanço no tíquete foi a única alteração na proposta, que não contempla nenhuma outra reivindicação dos trabalhadores. A representante da Copasa, Lúcia Aguiar, foi enfática ao afirmar que não há mais margem para negociar e que não será feita outra proposta por parte da Companhia.

Os sindicatos tentaram sensibilizar a comissão de negociação da Copasa, apresentando dados sobre os rejustes dos diretores da empresa nos últimos anos, dados sobre as perdas na GDI e sobre o faturamento da Companhia. De acordo com o levantamento do Senge-MG, os diretores tiveram reajustes acima dos reajustes concedidos para os trabalhadores nos últimos três anos. O aumento deste ano para os diretores é de mais de 9%, por exemplo. O Saemg, Sindicato dos Administradores, levantou o problema de que o ganho no tíquete não representa ganho salarial, uma vez que o benefício não é levado pelo trabalhador na hora da aposentadoria.

O Senge-MG, representado pelos engenheiros Andrea Thereza Pádua Faria e Sávio Nunes Bonifácio, lembrou a importância das reivindicações dos profissionais da categoria. Sávio comentou sobre a insatisfação dos engenheiros e engenheiras com a situação na empresa. “Os engenheiros ficam anos ganhando apenas o piso profissional e, isso, através de complementação”, disse. O diretor do Senge-MG ressaltou a necessidade de se fazer uma revisão do Plano de Cargos e Salários para que se acabe com o achatamento da tabela salarial. Além disso, Sávio tocou na questão das horas extras para os analistas. “Queremos que os analistas, assim como os demais trabalhadores da Copasa, possam optar por compensar as horas ou recebê-las em dinheiro. O que acontece hoje é discriminação contra os analistas”, finalizou.

A diretora do Senge-MG Andrea Thereza de Pádua Faria, por sua vez, apresentou alguns documentos e atas de reuniões e assembleias, de domínio público, que demonstram discrepâncias entre os valores pagos a alguns profissionais. Os documentos referem-se à remuneração dos diretores executivos da Copasa, para os quais houve reajuste de mais de 9% na remuneração. Além disso, foram apresentados os orçamentos de licitação referente à contratação de engenheiros para fiscalização. De acordo com a Andrea, os documentos mostram que existem engenheiros terceirizados da Copasa que estão recebendo R$25 mil, enquanto os próprios engenheiros da empresa não recebem nem o piso salarial no salário base.

Negociação mais humana

Outra questão levantada pelos sindicatos foi a transformação da pauta dos trabalhadores em uma pauta econômica. As entidades lembraram que a pauta possui mais de 40 itens e que muitas das reivindicações não trariam despesas para a Copasa. No entanto, a Companhia não se propôs a negociar nenhuma dessas reivindicações e, nos últimos quatro anos, só está negociando questões econômicas.

Enviado por: Luiza Nunes