Senge-ES – Nota de repúdio às declarações do ministro Moreira

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O Sindicato dos Engenheiros no Estado do Espírito Santo (Senge-ES) repudia as declarações feitas pelo Ministro da Secretaria da Aviação Civil, Wellington Moreira Franco, no último sábado (02/10). Em entrevista ao site de notícias UOL, o Ministro culpou os engenheiros como responsáveis diretos pelo atraso das obras de metade dos aeroportos das 12 cidades sede da Copa do Mundo. Segundo ele, os engenheiros brasileiros “são ruins e elaboram projetos mal feitos”.

O Senge-ES entende que o Ministro foi infeliz em suas declarações. Primeiro por generalizar o tema, desrespeitando todos os engenheiros brasileiros. Segundo por demonstrar total desconhecimento sobre os boletins de andamento das obras. Uma rápida olhada no site da Infraero revela como os argumentos de Moreira Franco são frágeis e sem fundamento.

 

O anúncio da Copa do Mundo no Brasil foi feito em outubro de 2007. Apesar disso, seis anos depois, várias obras fundamentais para o evento esportivo ainda se encontram em processo de “abertura e homologação de licitações”, bem como de “assinatura de contratos”. Tais dados (do site da Infraero) revelam que o atraso nos cronogramas é fruto de incapacidade política e administrativa de governantes. A implementação destes projetos tem como entraves questões ambientais, econômicas, sociais (como as desapropriações) e a baixa capacidade técnica e de planejamento do Estado Brasileiro. Ao responsabilizar os engenheiros, o Ministro desconsidera todas essas questões, além de não reconhecer os próprios erros.

 

O Senge-ES entende ainda que os órgãos brasileiros de planejamento de controle encontram-se enfraquecidos por uma política de Estado que desmontou importantes empresas de projeto que ajudaram o Brasil a desenvolver uma das melhores engenharias consultivas do mundo. Nesse contexto, é fundamental que o Estado realize concursos para área de Engenharia e Tecnologia, com salários e condições de trabalho adequadas.
Não por acaso, no Espírito Santo, atualmente participamos de uma campanha pela valorização do serviço público da área tecnológica. Os engenheiros querem trabalhar, mas precisam de condições para oferecer os serviços que a população, e não só a Copa do Mundo, necessitam.