Senge-BA: Profissionais da área tecnológica debatem enfrentamento das Mudanças Climáticas

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A Engenharia está presente no nosso dia-dia e seus resultados transformam a vida das pessoas. “Temos, portanto, a responsabilidade de interlocutores da sociedade na busca pelo desenvolvimento econômico socialmente justo e sustentável”, diz o engº Marco Antônio Amigo, presidente do Crea-BA , na abertura do Seminário Mudanças Climáticas e os Impactos Atuais e Futuros, realizado no último dia 11/12, no Fiesta Bahia Hotel.

“Nossas ações impactam na qualidade de vida, portanto devem dialogar com o meio ambiente. Devemos questionar, por exemplo, como produzir bens, tecnologias e infraestrutura sabendo do impacto destes processos na geração do efeito estufa”, diz o engº Ubiratan Félix, presidente do Senge BA.

A deputada estadual, engª Maria del Carmen, lembrou dos diversos projetos de desenvolvimento do Estado que enfrentam embates com as licenças ambientais. “Por um lado queremos fazer grandes projetos como estradas e pontes, por outro lado, precisamos nos preocupar com as questões ambientais. É necessário encontrar um equilíbrio. A Engenharia teve um papel extremamente importante na história do ponto de vista da interferência na realidade. Precisamos ampliar esse papel”, afirma.

Superintendente do Ibama, engenheiro civil Célio Costa Pinto, destacou a relação profunda entre o clima e a economia. Ao citar um artigo da revista Carta Maior, o superintendente disse que a resolução dessa crise ambiental planetária interessa a todas as nações, mas encontra resistência no sistema vigente. “Estamos diante de um conflito de dimensões históricas. De um lado está a comunidade científica, advertindo para não queimar as reservas de combustíveis fósseis e do outro as empresas e investidores que tem interesse em realizar seus ativos, ou seja, extrair e usar suas reservas”.

A programação do Seminário contou ainda com as palestras do diretor do Centro Brasileiro de Energia e Mudança do Clima, engenheiro eletricista D. Sc Osvaldo Soliano, do gerente de projetos do Departamento de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, geógrafo Thiago de Araújo Mendes; do assessor da Secretaria-Executiva do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, engenheiro eletricista D.Sc. Neilton Fidelis da Silva e do assessor da Secretaria-Executiva do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, engenheiro eletricista D.Sc. Neilton Fidelis da Silva. O evento foi uma iniciativa do Crea-BA, em parceria com o Senge BA, Mútua-BA, IBAMA e CER-BA.

Energia Limpa – O nível de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera superou a marca das 400 partes por milhão (ppm). O aumento da temperatura, que já foi registrado em quase 1 ºC, já pode modificar todo clima de uma região e afetar profundamente a biodiversidade, provocando desastres ambientais.“Se chegarmos ao cenário dramático de 450 ppm, teremos nossa temperatura elevada a 2 graus Celsius (ºC), o 

que já altera condições de chuva e seca nas regiões. As mudanças climáticas são reais e somos os principais responsáveis”, alerta o doutor em política energética, Osvaldo Soliano, que apresentou dados do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas.

Soliano destacou o Brasil como um dos principais países do cenário mundial com condições de ter uma matriz energética limpa e renovável. Defendeu investimentos nas energias solar, eólica e biomassa, além de a necessidade de utilizar as pesquisas para mitigar os impactos que serão provocados pelas mudanças climáticas.

“O reflorestamento e as energias solar e eólica fazem parte da solução dos problemas de emissão de gases”, aponta, destacando que as cidades mais pobres, como Recife e Bangladesh, são as que sofrerão as maiores consequências.

Soliano reiterou os esforços que precisam ser feitos para a redução das emissões de CO2 por parte da indústria, do setor da construção civil e também a agricultura e silvicultura. “Toda construção deve ser uma usina de energia. As emissões dos gases de efeito estufa são as principais causas do desequilíbrio. A governança nessa área deve ser construída com base em três pilares: prevenção, precaução e gestão de risco”.

Fonte: Senge-BA