A Secretaria de Mulheres da CUT Bahia realizou neste sábado (01), no auditório do Sindiquimica, o Seminário Estadual de Fortalecimento Político para Mulheres. O objetivo do encontro foi discutir Políticas Públicas para garantir e ampliar direitos, promover a igualdade, autonomia e poder para as mulheres na família, no mercado de trabalho, no movimento sindical, na vida. Dentre os diversos temas tratados, receberam destaque a questão de gênero na Previdência Social e as Políticas Públicas para fortalecimento, ou não, de um projeto que busca igualdade de oportunidade para as mulheres negras e pobres, a fração mais explorada da sociedade.
Para Júlia Garcia, do Coletivo de Mulheres do Senge-BA e militante da Marcha Mundial das Mulheres, as políticas públicas demonstram que tipo de política está sendo implementada no país quando recursos públicos são utilizados em ações para causar efeitos sociais. A redução da maioridade penal, o Estatuto do Nascituro, a PL 4330, atual PC 30 – da Terceirização -, o ajuste fiscal sem taxação das grandes fortunas, são exemplos de como as políticas públicas têm sido elaboradas no Brasil, de maneira a favorecer os grandes empresários, os mesmos que financiam campanhas eleitorais, e depois querem a contrapartida.
Júlia Garcia, militante da Marcha das Mulheres, durante o Seminário.
Júlia apontou como caminho para a mudança nas políticas sociais o aumento da utilização de ferramentas democráticas de consultas ao povo como referendos e plebiscitos, bem como a construção de uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político que intervenha na dinâmica de representação do Congresso Nacional.
De acordo com o TSE [2014], as mulheres representam 51,3% da população e 52% do eleitorado nacional. Contudo, na Câmara dos Deputados, a título de exemplo, totalizam apenas 9,9%, sendo somente 0,6% de mulheres negras no montante de cadeiras da legislatura.
Neste sentido, uma das principais sínteses do seminário foi o fortalecimento das mulheres em espaços de auto-organização, como coletivos e núcleos. A proposta é que, uma vez fortalecidos, esses espaços criem instrumentos para maior representação das mulheres negras nos lugares de poder [executiva dos sindicatos e das centrais sindicais, postos de gerência, prefeituras, Câmara dos Deputados, Senado, Presidência da República etc] e assim seja possível aumentar políticas públicas que transformem a vida das mulheres e fortaleçam um projeto feminista e popular.
“Mudar a vida das mulheres para mudar o mundo
Mudar o mundo para mudar a vida das mulheres”.