Com data-base em 1º de maio, a negociação coletiva com as empresas públicas (Epagri, Cidasc e Ceasa) segue atrasada, em Santa Catarina. O governo sinaliza reajuste zero, sem correção da inflação (5,07% do INPC do período). De acordo com o engenheiro agrônomo e presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado de Santa Catarina (Seagro-SC), Eduardo Piazera, esta é a pior proposta apresentada pelo governo nos últimos anos. “Além de não corrigir os salários, também não repõe o INPC nas demais cláusulas com impacto econômico, como vale-alimentação, auxílio-creche/babá”, destacou Piazera que acrescentou: “o setor das cooperativas agropecuárias aceitou repor a inflação. Já no setor das agroindústrias há o encaminhamento para a reposição integral da inflação”.
As empresas públicas são responsáveis pelos resultados econômicos da agricultura, que impactam no ciclo produtivo do país. Segundo o próprio governo, com apenas 1,12% do território brasileiro, o estado é referência internacional em sanidade e qualidade agropecuária – status que leva os produtos catarinenses aos mercados mais competitivos do mundo. De janeiro a novembro de 2018, o agronegócio foi responsável por 66% do total das exportações de Santa Catarina, com um faturamento que passa de US$ 5,4 bilhões.
Diante do impasse, o Seagro-SC lançou uma campanha de valorização dos profissionais e de respeito à data-base. Em uma das peças, a Epagri é destaque por desenvolver uma maçã que será produzida na Europa. A empresa ainda lançou tecnologias digitais inéditas para preservação das abelhas, o que levou ao Prêmio Expressão Ecologia. “As nossas empresas contribuem muito para o desenvolvimento da agricultura de Santa Catarina e do Brasil. Somos referência internacional em pesquisa agropecuária e extensão rural. Esperamos que o governo recue nessa proposta e avance no sentido de valorizar os trabalhadores e os serviços prestados ao nosso estado”, alertou Piazera.
Texto: Camila Marins/Fisenge