Após seis meses de intensas negociações com o governo, engenheiros agrônomos assinaram, no dia 17 de setembro, o ACT (Acordo Coletivo dos Trabalhadores) das empresas públicas da agricultura de Santa Catarina. Durante a assinatura do acordo, representantes do Seagro conseguiram que os valores retroativos a maio, data base para o acordo, fossem pagos em uma única parcela na folha de setembro, já que o governo pretendia parcelar esses valores.
O ACT foi votado nas 22 assembleias regionais do Seagro, mesmo com a rejeição de algumas regiões, o acordo foi aprovado. Além de não haver reajuste salarial além do INPC, a negociação foi tratada com total descaso pelo governo do Estado, que mesmo com todo o esforço dos sindicatos em explicar suas reivindicações, opôs-se as principais cláusulas, muitas vezes sem entendê-las.
No acordo foram atendidas parcialmente duas questões: garantia de não demissão dos trabalhadores sem justa causa até abril de 2014 e o compromisso político de viabilizar a implantação de um novo Plano de Carreira e Salários (PCS), em 2013. De acordo com o presidente do Seagro, Jorge Dotti Cesa, esta última cláusula obriga a revisão do PCS pelo governo, levando em consideração o impacto financeiro, que deve ser apresentado em dez de outubro pelas empresas públicas. “É um grande avanço, pois além de dar continuidade ao que já foi conquistado em 2011, mantém o PCS no centro das discussões, o que é muito importante, pois com a implantação, diminui o achatamento dos salários”, explica Jorge.
Durante as negociações, as categorias também manifestaram a preocupação com um verdadeiro apagão tecnológico no setor agropecuário, o que vai resultar em uma forte desaceleração do agronegócio e da agricultura familiar em Santa Catarina na próxima década. O setor responde hoje por 37% do PIB catarinense e tem na pesquisa agropecuária, na assistência técnica e na defesa sanitária animal e vegetal áreas estratégicas, mas com poucos investimentos.
Em junho, o Seagro também assinou o acordo coletivo dos trabalhadores das agroindústrias e cooperativas do estado. Entre as principais reivindicações, o sindicato garantiu o pagamento do salário mínimo profissional.
Fonte: Seagro-SC