O papel do Senge na defesa dos engenheiros e a realidade do mercado profissional. Estes foram assuntos abordados na palestra com os alunos de engenharia mecânica da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Cerca de 40 acadêmicos assistiram nesta quarta-feira (24) a apresentação realizado pelo presidente do Senge, Carlos Roberto Bittencourt.
“O Senge é o principal espaço de defesa dos engenheiros na luta pelos seus direitos e pelos seus interesses. E é cada vez mais urgente que os profissionais se voltem para a entidade. Quer seja em negociações salariais, no campo jurídico ou ainda nos debates de grandes temas na sociedade, é no Senge que os engenheiros encontram um campo para potencializar e unificar as suas vozes, e fazer valer os seus direitos”, afirma Bittencourt.
Um sindicato para unir e defender a categoria, sobretudo em um momento de fragilidade política e de ataques aos direitos dos trabalhadores. Um sindicato para ampliar as conquistas dos seus representados e para lutar pela democracia e pela igualdade na sociedade. Negociar com as empresas, representar os engenheiros no campo jurídico e fortalecer a categoria.
E é isso e muito mais que o Senge vem promovendo ao longo das mais de oito décadas de existência em defesa dos profissionais de engenharia. Conforme apresentação do presidente do Sindicato aos alunos, o papel da entidade se diferencia da dos conselhos profissionais e das associações justamente por estar centrada na defesa do profissional na condição de trabalhador.
Um sindicato para defender os trabalhadores e trabalhadoras- os conselhos atuam na fiscalização do exercício profissional e as associações atuam na reunião de profissionais de uma determinada categoria para fins recreativo ou acadêmico/científico. E os Sindicatos, o que fazem? As entidades têm por responsabilidade legal a prerrogativa de representar os trabalhadores em negociações por melhores condições e atuar na defesa e ampliação dos seus direitos.
Uma dessas medidas é, por exemplo, promover o debate sobre a ampliação da participação das mulheres no mercado da engenharia e a defesa da igualdade de gênero. “A importância dessa luta se reflete na criação de espaços dentro do Senge para ampliar os debates, como o Coletivo de Mulheres, além de buscar o aumento da representação na própria formação da diretoria da entidade”, defende Bittencourt.
Com isso, além de aumentar os espaços de debate sobre gênero e de promover a conscientização sobre a igualdade de direitos e oportunidades, busca-se também um reflexo no mercado e consequentemente uma reversão do quadro na engenharia, em que engenheiras recebem, em média, salários 20% menores que engenheiros.
“É fundamental termos este espaço de debate dentro da entidade que nos representa. Mas isso tem que ser acompanhado do apoio da categoria também, e não apenas lá no mercado, mas também nas universidades, dentro dos cursos. É junto à formação de futuras engenheiras e engenheiros que devemos levar tais debates”, aponta a coordenadora do Senge Jovem, Letícia Partala.
Presente no evento, Letícia, que é estudante de engenharia química, conclamou os alunos: “Não precisa ser mulher para defender a justiça e defender a igualdade. É importante que os homens também abracem a causa e nos ajudem a combater os assédios na universidade, no mercado de trabalho e em todos os demais espaços”.