Reforma Política. Sim, a classe trabalhadora quer!

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Dentre as várias lições tiradas da conjuntura atual brasileira, merece destaque a escancarada partidarização da grande mídia. Escancarada porque não consegue disfarçar seu interesse em atacar e derrotar o governo que representa o avanço da democracia e da abertura para a participação popular que garante a pluralidade e a diversidade de ideias, nos mais diferentes processos.

E a quem esta mídia serve? Basta fazer uma análise sobre as mudanças em curso no país, que tiveram início nos governos do presidente Lula. Estas mudanças são reais, tal como é real a disputa. É a disputa entre as mudanças propostas e colocadas em prática, ainda que não sua totalidade, pelo governo do PT e de seus aliados, versos à politica tradicional que sempre colocou o Estado a serviço do poder econômico e de uma nação que se prestou a abastecer seus colonizadores, em detrimento do consumo e bem estar de seu próprio povo.

Este é o conflito central. Avançar na democracia e ampliar o potencial de participação dos trabalhadores e trabalhadoras significa consolidar o caminho para um país mais justo, que garanta o protagonismo popular nos espaços de decisão. Mecanismos que possibilitem ao país, atender as demandas sociais, agora vistas pelo conjunto do povo brasileiro.

Estas demandas sempre existiram, porém os governos e a elite do nosso país sempre fizerem um grande esforço para que não fossem notadas, e com o trabalho eficiente da grande mídia. A realidade do nosso país, as condições de exploração da classe trabalhadora, a ausência de políticas sociais e a concentração de renda sempre foram denunciadas por nós, que sempre estivemos nas ruas. E mais que isso, além de denunciar, construímos propostas, nos organizamos em partido político e no movimento sindical e social.

A classe trabalhadora brasileira tem projeto político, tem consciência da sua condição social e por isso elegeu um operário para a presidência da república, assim como elegeu a primeira mulher para dirigir nossa nação. O que jamais teria sido possível sem a ousadia do debate permanente que superasse a cultura machista e excludente do patronato.

Reformar o sistema político brasileiro, com a participação popular, é urgente. É fundamental o diálogo sobre o financiamento público das campanhas eleitoras, que garanta condições de disputa e eleição das candidaturas da classe trabalhadora. A política de financiamento das campanhas eleitorais deve eliminar qualquer possibilidade da existência de “caixa dois”, cerne da corrupção.

Outro ponto central é a garantia, com iguais condições de eleição, das candidatas mulheres. Não é possível, num país com uma população majoritariamente feminina, ter uma representatividade tão pequena de mulheres no parlamento e executivo. Queremos estar nos espaços de debate e de decisão sobre as políticas sociais e sobre a condução da política do nosso país.

O confronto está posto e sem a reforma política, os interesses da classe trabalhadora continuarão à margem das políticas conduzidas pelos representantes das grandes empresas que nos exploram todos os dias, em nome do lucro e da concentração da produção e da renda.

Avançar na organização e participação da classe trabalhada deve ser fruto da ação da própria classe trabalhadora. É necessário manter-nos na disputa e desconstruir a opinião pública que considera a corrupção inevitável e imutável. A Política pode e deve ser praticada com honestidade, a serviço do povo e não a serviço de pequenos grupos que historicamente usaram o espaço e o dinheiro público em benefício próprio.

O projeto político da classe trabalhadora vai muito além, mas avançar com a reforma política, por meio do plebiscito popular se configura um grande passo.

 

Regina Cruz

Presidenta da Cut Paraná

Militante Feminista da Marcha Mundial de Mulheres