Recessão dá impulso a ativismo na Europa

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Na Espanha, na Itália e na Grécia cidadãos se envolvem com política e apoiam líderes que atacam gastos desnecessários

Partes da Europa em recessão estão vivendo um crescimento no ativismo comunitário.

Na Espanha, ao invés de alienar-se de um sistema político infestado por denúncias de nepotismo, falta de transparência e desfalques, cidadãos estão brigando para que suas vozes sejam ouvidas. Motivados por uma taxa de desemprego de 27,2% e a sensação de que muitos líderes políticos ficaram ricos durante a bolha do setor imobiliário que estourou em 2008, os espanhóis pressionam por governos limpos.

Torrelodones, uma cidade de 20 mil habitantes próxima de Madri, elegeu como prefeita Elena Biurrun, uma dona de casa de 39 anos que se converteu em ativista depois que o governo municipal se recusou a consertar um cano de esgoto rompido.

Logo que assumiu, Biurrun cortou o salário de prefeito em 21%, abriu mão do carro oficial e aboliu uma série de benefícios para membros do governo.

Outras países também estão vendo um maior envolvimento dos cidadãos e a ascensão nas urnas de líderes que atacam gastos desnecessários.

Na Itália, deputados de um partido de oposição na Sicília estão doando 70% de seus salários mensais de 8 mil euros a um fundo para expandir crédito a pequenas e médias empresas.

Na Grécia, o município de Thessaloniki cortou gastos depois que o empresário Yannis Boutaris assumiu a prefeitura e pôs fim a um relacionamento com alguns poucos fornecedores. Licitações competitivas reduziram em 80% os gastos com contabilidade, 25% com caminhões de lixo e 20% com papel para impressão. As economias permitiram a Boutaris gastar mais em serviços sociais, mesmo depois de reduzir impostos e pagar as dívidas que a prefeitura tinha com fornecedores.

Fonte: Valor Econômico