Detalhes técnicos do Projeto BRT – Salvador foram destacados na mesa-redonda promovida pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (Crea-BA) na tarde desta terça-feira que reuniu uma plateia formada por profissionais da área tecnológica, professores, especialistas em mobilidade, estudantes e representantes da sociedade civil organizada. Na ocasião, representantes da prefeitura de Salvador apresentaram o projeto e integrantes de outros segmentos da sociedade, que vêm estudando o tema, colocaram seus pontos de vista e justificativas em torno do uso ou não do modal.
Na oportunidade, o chefe de gabinete, engenheiro civil Valter Sarmento, representou o presidente do Crea, engenheiro civil Luís Edmundo Prado de Campos, afastado por licença médica. Ele reafirmou o compromisso do Conselho com a realização do evento, que é de discutir iminentemente às questões técnicas. “Discutir aspectos como aplicação de recursos e os impactos ambientais foram motivadores para a realização do evento”, observa.
O projeto foi apresentado pelo arquiteto e urbanista Lourenço Valadares, que é o responsável técnico. Na ocasião, apresentou detalhes em torno do sistema viário, drenagem, impactos na área urbana, e os desafios urbanísticos em torno da implantação do BRT, entre outros. Valadares agradeceu ao Crea pela oportunidade. “Esperei ser convidado por outras instituições, mas não ocorreu, então sou bastante agradecido a esta oportunidade, viabilizada pelo Conselho”.
Representando o Fórum A Cidade Também é Nossa, o urbanista Carl Von Hounsenchild, questionou a ausência de anteprojeto, que engloba o estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental da obra, bem como solicitou esclarecimentos em torno da escolha do BRT como modal tecnicamente adequado e ambientalmente viável. “A sociedade precisa, para poder discutir as diferentes alternativas, ter acesso aos estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental”.
O presidente do Senge-BA, engenheiro civil Ubiratan Félix, questionou sobre os custos que serão repassados para a população com a implantação do BRT, a ligação dos modais e defendeu uma solução técnica que tenha tudo a ver com o perfil de Salvador. “Parabenizo o Crea pela iniciativa por poder desenvolver uma discussão com o viés técnico”, acrescenta.
Vicente Matos, do Sindicato das Empresas de Construção Civil (Sinduscon), parabenizou o Crea pelo evento e se mostrou favorável a implantação da obra, justificando a necessidade de outros modais para acompanhar o crescimento da cidade. “O que era a cidade antes do metrô? Sei que a Paralela ficou feia, mas não podemos negar que mudou a vida de mais de 400 mil pessoas”.
O professor José Lázaro de Carvalho Santos, da Universidade Federal da Bahia, questionou os parâmetros de qualidade da obra, a demanda e sugeriu esclarecimentos em torno dos impactos financeiros trazidos pelo BRT. “O BRT precisa cumprir o seu objetivo, é necessário que ele passe por comunidades carentes que necessitem do modal e sejam pensados os impactos ambientais, que são significativos e relevantes”, observa.
FONTE: SENGE BA COM INFORMAÇÕES DA ASCOM CREA-BA