A produção industrial brasileira fechou 2019 em queda de 1,1% na comparação com 2018. Os dados foram divulgados hoje (4) pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM Brasil), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O levantamento revela também que houve uma retração mensal do setor de 0,7% em dezembro de 2019, em relação a novembro. A taxa ficou negativa nos dois últimos meses do ano passado, acumulando recuo de 2,4% no período. Houve ainda queda de 1,2% na comparação com dezembro de 2018.
O resultado do acumulado do ano, de janeiro a dezembro de 2019, interrompe dois anos consecutivos de leve crescimento na indústria brasileira: 1% em 2018 e 2,5% em 2017. Duas das quatro grandes categorias econômicas do PIM Brasil tiveram desempenho negativo: bens de capital e bens intermediários.
Entre as atividades, as que mais impactaram para a média negativa do setor foram as indústrias extrativas, responsáveis pela retirada de matéria-prima da natureza (vegetal, animal ou mineral), com queda de 9,7%.
O IBGE aponta que o número pode ser explicado, principalmente, pelos efeitos do rompimento da barragem de rejeitos em Brumadinho (MG), da mineradora Vale, ocorrido em janeiro de 2019. A atividade extrativista também pressionou para uma redução de 2,2% na categoria de bens intermediários (matérias-primas empregadas na produção de outros bens ou produtos finais).
Outro dado importante é que o segmento de bens de capital também apontou taxa negativa de 0,4% em 2019. A categoria compreende os bens de produção, que são os equipamentos, instalações, bens ou serviços necessários para a produção de outros bens ou serviços.
Dos 26 ramos do levantamento, 16 tiveram resultados negativos. Entre eles os ramos de metalurgia (-2,9%); de celulose, papel e produtos de papel (-3,9%); de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (-9,1%); de outros equipamentos de transporte (-9,0%); de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-3,7%); de produtos de madeira (-5,5%); de perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (-3,7%); e de produtos de borracha e de material plástico (-1,5%).
Em relação aos resultados positivos, as principais influências no total da indústria foram registradas por produtos alimentícios, com aumento de 1,6%; veículos automotores, reboques e carrocerias, com 2,1%; coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, com 1,7%; produtos de metal, com 5,1%; e bebidas com 4%.
Análise mensal
Na passagem de novembro para dezembro de 2019, quando houve queda de 0,7% na produção industrial, três das quatro grandes categorias econômicas e 17 dos 26 ramos pesquisados mostraram redução na produção.
Entre elas, as influências negativas mais importantes foram registradas na atividade de veículos automotores, reboques e carrocerias, com queda de 4,7%, acumulando um recuo de 9,7% em três meses consecutivos.
Já a atividade de máquinas e equipamentos intensificou a perda de 2% verificada em novembro de 2019 e chegou a um decréscimo de 7% em dezembro.
Marina Duarte de Souza
Brasil de Fato | São Paulo (SP)
Edição: Camila Maciel