“A nossa resposta é nas ruas e na luta”, afirmou o presidente da Fisenge, na abertura do Simpósio SOS Brasil Soberano

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Curitiba recebeu, nesta sexta-feira (14/7), o IV Simpósio SOS Brasil Soberano, com mais de 150 participantes. Com o tema “Brasil 2035: um país justo e soberano”, o evento reuniu engenheiros, estudantes, ativistas, intelectuais e políticos. Participaram da mesa de abertura o engenheiro e presidente da Fisenge, Clovis Nascimento; o engenheiro e presidente do Senge-PR, Carlos Roberto Bittencourt; o engenheiro presidente do Senge-RJ, Olímpio Alves dos Santos; o presidente do CREA-PR, Joel Krüger; e o presidente Sindicato dos trabalhadores em educação pública do Paraná (APP Sindicato), Hermes Leão.

“O Brasil vive uma crise política sem precedentes na História. A mídia e os setores conservadores tentam tirar o foco da Reforma Trabalhista, que foi aprovada e representa uma das propostas mais destruidoras para os trabalhadores. Nem Margaret Thatcher [ex-primeira ministra britânica] nem Pinochet [ditador chileno que derrubou o governo de Allende] fizeram propostas tão cruéis e perversas. Nós vamos para as ruas construir e fortalecer a resistência. A nossa resposta é nas ruas e na luta”, presidente da Fisenge, Clovis Nascimento.

Na mesa de abertura do encontro, o presidente do Senge-PR, Carlos Bittencourt, deu as boas-vindas e falou sobre a cidade aos participantes vindos de outros estados e frisou as recentes mobilizações ocorrida na capital paranaense. “Curitiba tem muita resistência. O Brasil todo acompanhou a luta dos professores e funcionários do estado, professores e servidores do município. Foi uma forte resistência, até contra a repressão policial com violência. Curitiba também teve o maior número de ocupações das escolas contra a reforma do ensino médio”, relatou o presidente.

Bittencourt destacou o retrocesso nos direitos dos trabalhadores aprovado pelo Senado: “É uma semana muito difícil para todos nós por conta da aprovação da Reforma Trabalhista. É um golpe nos direitos de todos os trabalhadores”.

A história ensina

Mais 21 mil pessoas foram assassinadas durante a Guerra do Contestado, que aconteceu entre 1912 e 1916 nos estados de Santa Catarina e do Paraná. O fato histórico foi lembrado pelo professor Hermes Leão, presidente da APP Sindicato, para fazer uma relação com o momento em que o Brasil vive atualmente. Segundo ele, a pauta não mudou: a tentativa de entrega das riquezas nacionais para o capital estrangeiro.

“Esse governo de Michel Temer poderia ser o retrato do grupo que protagonizou a tragédia da Guerra do Contestado. É o retrato da entrega, da criminalização do povo. A história nos ensina a luta necessária. O golpismo ainda é uma marca muito forte nessa nação”, explicou Hermes.

Oligarquias

O presidente do Senge-RJ, Olímpio Alves dos Santos, destacou o período político e econômico que o país vive e defendeu a importância entender este momento para ter a capacidade de se organizar e lutar. “No Brasil, ainda não conseguimos derrotar uma oligarquia que impede que possamos nos tornar uma nação soberana. Temos este desafio pela frente”, defendeu o presidente.

Origem do projeto

“É preciso uma compreensão mais macro do que estava acontecendo no país durante. Não se tratava apenas de tirar uma presidenta sem crime. Se tratava de mudar a condição de país. Transformaram o estatuto desse país, que vinha se colocando como uma das grandes potências do mundo, em uma nação subalterna. Demoliram os setores estratégicos. O Brasil é um país onde os CNPJs são destruídos e os CPFs são preservados”, afirmou o coordenador do SOS Brasil Soberano e o professor de História, Francisco Teixeira.

Com informações do Senge-RJ (Marcelle Pacheco) | Fotos de Giorgia Prates