Das 30 companhias convidadas pelas Petrobras para participar do processo licitatório, nove não têm nem escritório no Brasil. A lista inclui fornecedores de diferentes nacionalidades, com a Chalieco e a australiana Energy Energy. Procurada, a Petrobras não explicou por que apenas estrangeiras foram convidadas a concorrer, mas a justificativa, segundo alguns veículos de comunicação, seria pelo fato de que as grandes construtoras nacionais estão envolvidas no esquema de corrupção da Lava Jato e proibidas de fechar contrato com a empresa.
Para Giucélia Figueiredo, essa explicação não faz sentido, já que parte do pressuposto de que o Brasil possui apenas meia dúzia de empresas capazes de assumir uma grande obra. “Nós somos um país continental com uma Engenharia pujante. Presumir que apenas empresas estrangeiras teriam condições de assumir o Comperj é ofender os representantes altamente qualificados que temos no nosso próprio país”, comenta.
A presidente do Crea acredita que a Estatal está sendo entregue nas mãos do capital estrangeiro, contrariando o que a Petrobras representa para os brasileiros. “Há um claro entreguismo dentro da maior empresa brasileira. Nós não podemos nos calar ao ver o maior símbolo da Engenharia nacional ser descaracterizado dessa forma. A Petrobras é nossa e nós temos toda capacidade de cuidar dela, com excelência técnica e ética profissional”, conclui Giucélia.