A greve acabou, mas a luta continua, diz Hermes Leão, ressaltando que a categoria discorda dos números apresentados pelo governador Ratinho Júnior, que recusava negociar com o comando de greve
Foto: APP-SINDICATO
Mais de dois mil professores, professoras e funcionários da rede pública do Paraná aprovaram a suspensão da greve iniciada em 25 de junho, em assembleia realizada na manhã de sábado (13), em frente ao Palácio Iguaçu, em Curitiba. A categoria aceitou a proposta de reposição salarial feita pelo governador Ratinho Júnior (PSD) que vinha se recusando a negociar.
A proposta, apresentada na sexta-feira (12), prevê 5,09% de reajuste salarial, sendo, 2% em janeiro de 2020, 1,5% em janeiro de 2021 e 1,5% em janeiro de 2022.
“A maioria compreendeu que a greve foi um movimento vitorioso pela organização da categoria e a unidade dos servidores”, avalia o professor Hermes Silva Leão, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato).
Mas, a luta não terminou, diz o dirigente. Segundo ele, a categoria discorda dos números do governo e vai continuar acompanhando a evolução da receita que já apresenta crescimento.
“A proposta ainda é insuficiente, principalmente em relação à data-base”.
Os trabalhadores da educação básica retornaram às atividades nesta segunda-feira (15) e irão debater com a secretaria da Educação (Seed) um calendário de reposição dos dias parados. O governo informou que não haverá desconto nos salários.
Uma nova assembleia ficou definida para o dia 10 de agosto, logo após o retorno do recesso da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). O objetivo é acompanhar o projeto sobre a reposição salarial e o andamento de outros pontos das negociações. Caso eles não sejam efetivados, a categoria pode aprovar o retorno à greve.
A greve unificada dos servidores públicos teve início no dia 25 de junho e foi convocada pelo Fórum das Entidades Sindicais (FES), que reúne sindicatos das áreas da educação, segurança pública, saúde, meio ambiente, agricultura e outros departamentos do serviço público estadual.
Os professores, professoras e servidores das escolas públicas do Paraná estão sem revisão nos salários desde 2016. A defasagem nos rendimentos dos servidores estaduais passa de 17%. O tamanho do prejuízo é equivalente a mais de dois meses de salário por ano.
A data-base foi em maio e a reivindicação é de 4,94%, referente a inflação dos últimos 12 meses, e uma proposta para o pagamento dos atrasados.
De acordo com o economista do FES, Cid Cordeiro, a situação fiscal do governo permite atender o pedido do funcionalismo e não oferece risco às contas públicas. De acordo com o economista, Ratinho Junior assumiu o estado com o menor índice de gasto com pessoal dos últimos 10 anos.
Fonte: CUT / Com informações da APP-Sindicato