Petroleiros se mobilizam em defesa dos acordos coletivos e contra a privatização da estatal

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Trabalhadores negociam há três meses com a direção da empresa e não descartam greve
 
Foto: ROVENA ROSA/AGÊNCIA BRASIL
 
Sindicato denuncia que há assédio na campanha salarial e, quem não vota pela proposta da empresa, é ameaçado de demissão
 
Petroleiros de todo o país se mobilizam contra a perda de direitos garantidos na convenção coletiva dos trabalhadores. A negociação entre a categoria e a Petrobras, que dura três meses, ficou mais tensa após o anúncio de um estudo do governo para privatizar a empresa.

Em plena negociação com o acordo coletivo, os trabalhadores não aceitam proposta feita pela Petrobras de reajusteequivalente a 70% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), e redução dos valores pagos por horas extras. De acordo com as duas federações que representam os trabalhadores da estatal, uma greve da categoria não está descartada caso os acordos coletivos não sejam respeitados. Deyvid Bacelar, da Federação Única dos Petroleiros (FUP), falou sobre a luta que vem sendo travada para garantir direitos e barrar a privatização da Petrobras.

“Estamos entrando em campanha reivindicatória, mas conturbada. Lutamos pelas garantias dos nossos direitos e também contra as privatizações que acontecem em todo o sistema Petrobras, desde 2016. Estamos realizando várias assembleias setoriais para chegarmos a uma greve nacional da categoria”, disse Deyvid, em entrevista ao repórter Cosmo Silva, da Rádio Brasil Atual.

Adaedson Costa, da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, se empenha para que trabalhadores votem nas assembleias pela proposta da empresa. O dirigente denuncia o assédio na campanha salarial e, segundo ele, quem não vota pela proposta da empresa é ameaçado.

“Ele distribuiu alta quantia de dinheiro para cargos de gestão, através de um programa de remuneração variável que inventaram. Agora, na campanha salarial dos petroleiros, ele obrigou que os cargos têm que votar pela proposta da empresa. Ou vota a favor ou é destituído. Isso aconteceu em Urucu, onde supervisores votaram contra a empresa e foram demitidos”, denuncia Adaedson

Bacelar ressalta a luta dos petroleiros contra o desmonte do Estado brasileiro. O dirigente destaca que uma greve da categoria não está descartada. “Enquanto essas negociações ocorrem, estamos aprovando o indicativo de uma greve nacional da categoria caso os direitos sejam retirados. É uma luta que faremos. Amanhã (28), estaremos em Brasília nos reunindo com eletricitários e bancários para construir uma mobilização nacional”, relata o diretor da FUP.

As negociações com a direção da Petrobras estão sendo realizadas pelas duas federações de petroleiros. A categoria, que teve valorização salarial nos governos Lula e Dilma, agora, luta para não perder direitos conquistados. Em 2017 e 2018, o reajuste foi equivalente ao IPCA.

A Petrobras enviou à FUP, nesta segunda-feira (26), documento informando que ingressará com pedido de mediação junto ao Tribunal Superior de Trabalho (TST). Segundo os trabalhadores, a empresa insiste em uma proposta de acordo coletivo rebaixada, que retira direitos importantes da categoria e oferece um reajuste salarial que não cobre sequer a inflação do período.

 

Fonte: Redação RBA