Os trabalhadores do Sistema Petrobrás entram em greve a partir do primeiro minuto de segunda-feira, 23. A greve foi aprovada em todas as bases do país e será por cinco dias, com parada de produção e reavaliação do movimento no quinto dia. Além dos trabalhadores dos 11 sindicatos filiados à Federação Única dos Petroleiros (FUP), a greve contará com a adesão dos petroleiros dos sindicatos do Rio Grande do Sul, Litoral Paulista, São José dos Campos, Rio de Janeiro e Sergipe/Alagoas.
Os petroleiros que prestam serviço para a Petrobrás também se somarão ao primeiro dia do movimento (23/03), parando por 24 horas as atividades terceirizadas na empresa. A greve unificada é uma resposta da categoria petroleira aos ataques que tem sofrido sob a justificativa da crise financeira internacional. Tanto a Petrobrás, quanto as suas prestadoras de serviço têm cortado e flexibilizado uma série de direitos dos trabalhadores, recusando-se a avançar nas negociações com a FUP e sindicatos.
A FUP não aceita reduções de direitos em nome de uma crise do sistema financeiro internacional, cujo ônus as empresas estão impondo aos trabalhadores. As centrais sindicais também têm sido enfáticas nesta luta: a classe trabalhadora não pagará pela crise!
Precarização na contramão da segurança
A luta dos petroleiros por condições seguras de trabalho é um dos eixos principais da greve que está sendo aprovada pela categoria. Os cortes e flexibilização de direitos por parte das empresas aumentam ainda mais os riscos de acidentes, cujas principais vítimas têm sido os trabalhadores terceirizados. Mais de 80% das mortes por acidentes de trabalho no Sistema Petrobrás foram com prestadores de serviço. Desde 2000, já ocorreram na empresa 165 óbitos de petroleiros, dos quais 134 eram terceirizados e 31, trabalhadores diretos da Petrobrás. A FUP e seus sindicatos vêm cobrando sistematicamente mudanças estruturais na forma como a empresa lida com a saúde e segurança do trabalhador. As reduções de custo feitas recentemente pela empresa expõem mais ainda a categoria a riscos.
EIXOS DE LUTA DA GREVE DOS PETROLEIROS:
PRESERVAR OS POSTOS DE TRABALHO NAS EMPRESAS CONTRATADAS PELA PETROBRÁS;
ACABAR COM A PRECARIZAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO E OS ACIDENTES QUE MATAM TODOS OS MESES OS PETROLEIROS;
GARANTIR O PAGAMENTO DAS HORAS EXTRAS DOS FERIADOS TRABALHADOS;
ESTABELECER O REGRAMENTO E DISTRIBUIÇÃO JUSTA DA PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS.
Fonte: CUT-Nacional – www.cut.org.br