Segundo o anúncio, serão vendidas 74 plataformas em todo o país, sendo 14 na Bacia de Campos. Em todos os campos colocados à venda, a estatal é operadora com 100% de participação. Somente nas concessões de Pescada e Arabaiana, no Rio Grande do Norte, a empresa opera com 65% de participação, pois tem parceria com a Ouro Preto Óleo e Gás.
É o maior ataque às áreas de produção de petróleo em águas rasas desde a era privatizante de FHC, nos anos 1990. Na Bacia de Campos, por exemplo, estão na lista de venda três grandes polos produtores: Pargo (Carapeba, Vermelho e Pargo), Enchova (Bicudo, Bonito, Marimbá, Piraúna, Enchova e Enchova Oeste) e Pampo (Badejo, Linguado, Trilha e Pampo). Outro campo de destaque que será colocado à venda é Merluza, na Bacia de Santos.
A diretoria do Sindipetro-NF denunciou a operação em nota divulgada no sábado (29): “O ataque, que vinha acontecendo nos campos terrestres, em refinarias e subsidiárias, chega agora às áreas de maior produção, visibilidade e interesse das multinacionais do setor petróleo. Uma ofensiva somente possível em razão da conjuntura de impunidade conferida à direita brasileira pela Operação Lava Jato e pela cumplicidade do poder Judiciário e da grande imprensa”.
Os petroleiros estarão reunidos entre os dias 3 e 6 de agosto, em Salvador, durante o 17º Congresso Nacional da FUP, para debater e apontar um amplo calendário de lutas e estratégias de resistência para resgatar o Sistema Petrobras das mãos dos golpistas, que estão privatizando a empresa a toque de caixa.
Trancaço e resistência
Na manhã desta segunda-feira (31), em protesto contra o anúncio feito pela Petrobras, dirigentes do Sindipetro-NF (Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense) promoveram das 6h as 9h um trancaço nos acessos à base de Imbetiba, em Macaé (RJ). De acordo com a entidade, a privatização destas unidades vai retirar da empresa uma receita de US$ 1 bilhão por ano, além de eliminar cerca de 10 mil empregos. “Estamos aqui em Imbetiba fechando todos os acessos para que a categoria petroleira perceba a gravidade deste anúncio. Precisamos enfrentar esses entreguistas e construirmos uma nova greve geral”, afirma o coordenador-geral do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra.
Ainda nesta segunda a diretoria do Sindipetro-NF se reúne em caráter extraordinário para discutir outras formas de luta contra o desmonte da Petrobras.
Fonte: Vermelho