A Petrobras anunciou, no dia 9 de julho, o desinvestimento da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia. De acordo com o informe institucional, as negociações já foram iniciadas e a companhia Mubadala Investment Company (Mubadala) apresentou a melhor proposta da fase vinculante. Em primeiro lugar, há que se afirmar que desinvestimento é privatização. Por outro lado, mesmo o Brasil sendo autossuficiente em petróleo, ainda importa óleo refinado. Isso porque a operação Lava Jato esvaziou boa parte da produção e das empresas nacionais e a atual política econômica do governo federal amplia a dependência a outros países, afetando nossa soberania nacional. De acordo com dados de 2018 da ANP (Agência Nacional de Petróleo), o Brasil exportou 410 milhões de barris de petróleo, a maior parte para a China. No mesmo ano, o país importou cerca de 68 milhões de barris, na maior parte de países da África e do Oriente Médio.
O Brasil é referência em produção tecnológica na área de óleo e gás, haja vista a descoberta do pré-sal, em 2006, pela equipe chefiada pelo geólogo Guilherme Estrella. A engenharia brasileira tem capacidade técnica para contribuir para a produção de sondas, para embarcações, plataformas, sistema submerso de produção de petróleo, refino de óleo e de submarino nuclear para defesa brasileira.
Nós, da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), repudiamos esse projeto de privatização e fatiamento da Petrobras a empresas estrangeiras e à especulação financeira. E, ainda, reivindicamos o investimento na indústria naval brasileira como forma de impulsionamento da economia, defesa da soberania nacional e geração de emprego e renda. O petróleo é nosso!
Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros