Mesmo garantindo a segurança alimentar do país, o Censo agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que a pequena agricultura ocupa apenas um quarto da área destinada à agropecuária no Brasil.
Os outros três quartos estão concentrados nas mãos de grandes latifundiários. Normalmente, essas terras são destinadas ao agronegócio que, na maior parte dos casos, produz para exportação. Em especial, vendem cana-de-açúcar, café, algodão, soja, laranja, cacau, além da pecuária.
Em contraponto, Iara Pietricovsky, antropóloga e integrante do conselho de gestão do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), aponta que 75% dos alimentos consumidos no país vêm da pequena agricultura.
A antropóloga aponta que o fortalecimento da agricultura camponesa seria uma forma de aumentar o número de empregos, já que o agronegócio usa pouca mão-de-obra. Segundo o IBGE, a pequena agricultura é responsável por 85% dos trabalhadores rurais no país. Por isso, Iara afirma que a mudança do atual modelo de agricultura poderia diminuir as desigualdade do campo e da cidade.
Ela alerta ainda para a questão ambiental em torno do tema. Nesse sentido, explica que a agroecologia é uma proposta sustentável que viabiliza de maneira eficiente a produção e comercialização de alimentos sem o uso de agrotóxicos ou transgênicos.
Fonte: Agência Pulsar